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Foto em cima: O debate "Tendências e desafios da transformação digital" contou com a participação de Patrícia Almeida, Nuno Brito Jorge, José Pedro Inácio e Cristina Castanheira Rodrigues. A moderação foi realizada por Luísa Ribeiro Lopes, Presidente da .PT.
A tecnologia desempenha e desempenhará cada vez mais um papel fundamental em prol da sustentabilidade. Pode transformar produtos, serviços, práticas e processos em soluções ambientais ou socialmente mais adequadas ao desenvolvimento da sociedade. Mas tal requer que população, empresas, organizações e Estado tenham capacidade para absorver e aplicar estas soluções tecnológicas. Este foi o mote para iniciar o debate "Tendências e desafios da transformação digital", tendo em conta que, no caso de Portugal, 15% da população portuguesa ainda é infoexcluída ou tem competências digitais muito básicas.
A tecnologia desempenha e desempenhará cada vez mais um papel fundamental em prol da sustentabilidade. Pode transformar produtos, serviços, práticas e processos em soluções ambientais ou socialmente mais adequadas ao desenvolvimento da sociedade. Mas tal requer que população, empresas, organizações e Estado tenham capacidade para absorver e aplicar estas soluções tecnológicas. Este foi o mote para iniciar o debate "Tendências e desafios da transformação digital", tendo em conta que, no caso de Portugal, 15% da população portuguesa ainda é infoexcluída ou tem competências digitais muito básicas.
Estamos a tornar cada vez mais o digital na nossa vida e neste caso Portugal está a fazer um trabalho brilhante.
Cristina Castanheira Rodrigues
diretora executiva da Capgemini Portugal
Cristina Castanheira Rodrigues, diretora executiva da Capgemini Portugal, começou por traçar um cenário da transformação digital no contexto europeu, sublinhando que "não podemos ser pessimistas", na medida em que "em termos de índice de digitalização, estamos em 15º lugar na União Europeia a 27". Cristina Castanheira Rodrigues sublinhou que esta transformação exige atuação em duas vertentes, nomeadamente qualificando as pessoas e criando conectividade para que esse conhecimento possa ser aplicado. Neste mesmo ranking, a nível empresarial, Portugal está em 12º lugar, tendo o país feito uma escalada de cinco lugares, e ao nível da administração pública está em 14º lugar na EU 27, devido aos vários serviços digitais que têm vindo a ser implementados. "Estamos a tornar cada vez mais o digital na nossa vida e neste caso Portugal está a fazer um trabalho brilhante", assinalou a diretora executiva da Capgemini Portugal. A responsável acredita ainda que o país pode continuar esta evolução positiva, na medida em que, devido às verbas provenientes dos programas PRR e PT2030, "temos dinheiro para fazer esta transformação digital e verde". A crítica vai para a excessiva regulamentação que a responsável considera que pesa sobre as empresas. Mas no fim ressalta: "Esta é uma realidade que já não tem retorno."Cristina Castanheira Rodrigues
diretora executiva da Capgemini Portugal
Quatro milhões de sinistros significam quatro milhões de faturas e no B2B já temos 95% da faturação eletrónica.
José Pedro Inácio
CEO da AdvanceCare
José Pedro Inácio, CEO da AdvanceCare, exemplificou como a tecnologia pode e está a ser posta ao serviço da sustentabilidade na empresa que gere, nomeadamente ao reduzir a emissão de cartões físicos para os clientes. Mas não só, há muito mais onde se pode reduzir a utilização de papel: "Quatro milhões de sinistros significam quatro milhões de faturas e no B2B já temos 95% da faturação eletrónica", contou. No caso da relação com os clientes (B2C), José Pedro Inácio salientou que a digitalização desta relação se iniciou em 2017, sendo necessário fazer um caminho de adaptação dos mesmos. Neste caso, defendeu que é preciso oferecer um serviço útil para que os clientes adiram. "A proposta de valor tem de ter impacto para o cliente ao mesmo tempo que é boa para a empresa", pois "se tiver valor, o cliente vai adotar", indicando que 90% dos reembolsos da companhia já se processam online, visto que desta forma o dinheiro chega mais depressa aos clientes. O CEO defendeu ainda que existe um grande potencial de transformação digital com recurso à inteligência artificial e à gestão de dados. Porém, salientou também que existe falta de especialistas na área tecnológica. José Pedro Inácio
CEO da AdvanceCare
Precisamos de transformar postos de trabalho e skills porque tudo vai ser digital.
Patrícia Almeida
Vice-presidente de Serviços de Consultoria da CGI
A crise de talentos pode ser uma oportunidade para a entrada de mais mulheres nas áreas tecnológicas. Patrícia Almeida, vice-presidente de Serviços de Consultoria da CGI, defendeu no debate a necessidade de promover a diversidade e inclusão nas áreas tecnológicas, afirmando que "se não houver diversidade na inteligência artificial podemos estar a enviesar os algoritmos". Patrícia Almeida sublinhou também que "a diversidade é vantajosa nos negócios e na tecnologia tem valor acrescentado no desenvolvimento de soluções para o cidadão", pois as suas necessidades estarão desta forma mais bem representadas. "Cada vez é mais importante ter interdisciplinaridade nas equipas", defendeu. A responsável da CGI sublinhou ainda a necessidade de transformação digital, para acompanhar as revoluções digital e verde que estão a acontecer. "Precisamos de transformar postos de trabalho e skills porque tudo vai ser digital." Patrícia Almeida
Vice-presidente de Serviços de Consultoria da CGI
Utilizamos uma licença de moeda eletrónica e o que fazemos é dar às pessoas a escolha de onde o seu dinheiro vai ser utilizado.
Nuno Brito Jorge
CEO da GoParity
Por fim, Nuno Brito Jorge, CEO da GoParity, demonstrou como a tecnologia pode ser colocada ao serviço das pessoas. A plataforma recorre à tecnologia para facilitar a ligação entre investidores individuais e projetos que procuram financiamento na área da sustentabilidade. "Nós utilizamos uma licença de moeda eletrónica e o que fazemos é dar às pessoas a escolha de onde o seu dinheiro vai ser utilizado. Ou seja, a partir de 5€, pode-se emprestar dinheiro a projetos específicos em que se acredita, e do outro lado estão empresas que por diversos motivos preferem utilizar a GoParity como empresa de financiamento", explicou Nuno Brito Jorge. Com mais de 200 projetos financiados, o CEO destacou a instalação de uma central de luz no Uganda que serve uma comunidade que não tinha esta comodidade. "Quem fez isto acontecer foram os portugueses", acrescentou.
Nuno Brito Jorge
CEO da GoParity