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O Estado do Tennessee, EUA, instaurou esta semana um processo à BlackRock alegando que o maior gestor de ativos do mundo violou as leis de proteção ao consumidor ao fazer declarações "enganadoras" sobre suas estratégias de investimento ambientais, sociais e de governação (ESG, na sigla em inglês).
Segundo noticia o Financial Times, a ação judicial intentada no tribunal estadual pelo procurador-geral do Tennessee, Jonathan Skrmetti, alega que a BlackRock tem sido inconsistente na sua abordagem ao mercado. "Durante anos, a BlackRock enganou os consumidores sobre o âmbito e os efeitos da sua atividade ESG", afirma a queixa. A ação judicial prossegue afirmando que "a BlackRock minimizou a medida em que as considerações ESG orientam as suas estratégias de investimento em todas as participações, mesmo em fundos não ESG" e "exagerou a medida em que as considerações ESG podem afetar o desempenho financeiro e as perspetivas das empresas", dá conta o Financial Times.
Segundo o jornal, é a última ação de uma campanha levada a cabo pelos diretores financeiros do Estado republicano contra os investimentos ESG em geral e contra a BlackRock em particular. Segue-se ao declínio do apoio da BlackRock a propostas de acionistas centradas no ESG e à decisão do presidente executivo Larry Fink de deixar de utilizar o termo "ESG", alegando que este tinha sido "transformado em arma" por políticos conservadores e liberais.
"Em última análise, quero certificar-me de que as empresas, independentemente da sua dimensão, tratam os consumidores do Tennessee de forma justa e honesta", afirmou Skrmetti, um republicano, num comunicado ao qual o jornal económico teve acesso.
Por sua vez, em comunicado, a BlackRock reagiu à ação: "Rejeitamos as alegações do procurador-geral e contestaremos vigorosamente quaisquer acusações de que a BlackRock violou as leis de proteção do consumidor do Tennessee". "Ao contrário das alegações do procurador-geral, a BlackRock divulga de forma completa e precisa as nossas práticas de investimento".
Autoridades do Texas, Flórida, Carolina do Sul e outros Estados republicanos já retiraram ativos da BlackRock defendendo que as suas considerações ESG equivalem a um boicote aos combustíveis fósseis. Mas a BlackRock, que está entre os mais de 300 gestores de ativos que aderiram à iniciativa Net Zero Asset Managers, tem repetidamente rejeitado essa afirmação, salienta o Financial Times.
No final de 2022, depois de ter sido colocado numa lista de empresas financeiras que boicotam empresas de combustíveis fósseis no Texas, a BlackRock disse que havia investido mais de 100 mil milhões de dólares em empresas de energia do Texas, principalmente na ExxonMobil.
Sediada em Nova Iorque, a gestora de ativos tem uma carteira no valor de 9,1 biliões de dólares.