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O Grupo de Peritos de Alto Nível sobre os Compromissos de Emissões Net-Zero de Entidades Não Estatais apresentou o primeiro relatório, revelando que apesar de muitos destes atores estarem a dar passos em direção à neutralidade carbónica, precisam de fazer mais para cumprirem as suas promessas. "Temos de ter tolerância zero para com o greenwashing na neutralidade das emissões", disse António Guterres, secretário-geral da ONU, na apresentação do relatório "A Integridade é Importante: Compromissos de Neutralidade Carbónica de Empresas, Instituições Financeiras, Cidades e Regiões", nesta terça-feira, na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que está a decorrer em Sharm-el-Sheik, no Egito.
Em sete meses, os membros do grupo realizaram mais de 40 consultas regionais e temáticas, com a participação de mais de 500 organizações em todo o mundo. De acordo com os peritos, os atores não podem pretender ser "net-zero" enquanto continuam a construir ou a investir no fornecimento de novos combustíveis fósseis ou em qualquer tipo de atividades destrutivas do ambiente. Também não podem participar ou ter os seus parceiros a participar em atividades de lobby contra as alterações climáticas ou apenas relatar uma parte das atividades da sua empresa, escondendo o resto.
O relatório fornece um roteiro para trazer integridade aos compromissos net-zero da indústria, instituições financeiras, cidades e regiões e para os apoiar na transição global e equitativa para um futuro sustentável. Trata-se de "um guia prático para garantir compromissos de neutralidade carbónica confiáveis e responsáveis", declarou Guterres.
Desde a adoção do Acordo de Paris em 2015, o mundo tem visto um número crescente de empresas, instituições financeiras, cidades e regiões comprometerem-se a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa sem um conjunto claro de critérios ou referências de como lá chegar, advertem os peritos. Este novo relatório funciona também como um guia para assegurar que esses compromissos são cumpridos.
As 10 recomendações apresentadas vão desde como fazer uma promessa pública, com objetivos para 2025, 2030 e 2035 a planos para alcançar a neutralidade carbónica; como criar um plano de transição ou como alcançar uma transição justa.
O relatório deixa claro que a reivindicação do estatuto net-zero não pode ser um slogan ou uma campanha de marketing e deve ser um roteiro transparente para a ação, pelo que o secretário-geral pede a estas entidades que verifiquem as recomendações dos peritos e revejam os seus planos.