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A vertente ambiental continua a prevalecer nas estratégias de sustentabilidade das empresas, dentro do conceito tripartido que abarca também aspetos sociais e de governação (ESG). "Quando se fala em sustentabilidade, os temas já são identificados, mas predominantemente na vertente ambiental", começou por referir Assunção Cristas, professora na Nova School of Law e responsável pela área de Ambiente e ESG na VdA, no debate "A Economia ESG - Caminhos para Novos Investimentos e Negócios", que teve lugar na Grande Conferência Negócios Sustentabilidade 20|30, nesta terça-feira, na Nova SBE, em Carcavelos.
A advogada frisou também que as empresas estão em diferentes estádios, sendo que "há empresas que ainda não estão obrigadas à legislação, mas sentem-se obrigadas pelo seu propósito e estratégia, mas há outras que estão obrigadas e ainda não se aperceberam".
Assunção Cristas salientou também que, apesar da urgência associada às temáticas ESG, a produção de legislação é demorada. "Há consensos difíceis de alcançar", acrescentou.
Por seu lado, Luís Delgado, administrador executivo da Bondalti, frisou que "o mais importante da sustentabilidade é o negócio. Ou temos negócios sustentáveis em si mesmos ou tudo o resto não funciona". Referindo que a legislação produzida na União Europeia tem tido um elevado impacto na indústria química, defendeu que é necessário "algum cuidado" na velocidade de transposição de diretivas. "Nós não vamos conseguir atingir os objetivos de descarbonização na União Europeia sem a indústria química estar diretamente envolvida". E acrescentou: "Temos de ter negócios sustentáveis num espaço europeu competitivo".
Carlos Freire, CEO da Aon, corroborou que a sustentabilidade já ganhou o seu espaço e está a ser incorporada nas estratégias como "linha de defesa", frisando, no entanto, que "não há nenhuma empresa que consiga abordar a sustentabilidade sozinha". Na sua perspetiva, o conceito ESG vai mesmo ser absorvido e integrar a atividade empresarial em toda a linha.
É nessa perspetiva que surgiu o LandFund, um fundo que visa apostar na reflorestação no espaço ibérico, maximizando os serviços de ecossistemas e ajudando as empresas no processo de descarbonização. Constituído e aprovado pela CMVM em 2023, tem "o compromisso de alinhamento com a sustentabilidade e a taxonomia europeias", assinalou
Ângela Lucas, cofundadora e partner da LandFund. "Se não olharmos para o nosso território promovendo o restauro dos ecossistemas ninguèm o fará por nós". O fundo está neste momento em fase de levantamento de capital.
O debate contou ainda com a participação de Emanuel Proença, CEO da Savannah Resources, empresa que visa explorar lítio em Portugal. Referindo que a empresa tem vindo a enfrentar "muita desinformação" à volta desta atividade mineira e os impactos da Operação Influencer, Emanuel Proença salientou o papel essencial do lítio para a transição energética: "Nos projeto da Savannah, nos primeiros anos, temos prevista a produção de lítio em quantidade suficiente para fazer produção de 500 mil veículos elétricos. Isso significa que estaríamos a descarbonizar três a cinco vezes todos os veículos que circulam em Portugal".
Relativamente ao impacte ambiental que tem suscitado forte controvérsia na zona de Boticas, em Trás-os-Montes, o CEO salientou que cabe à empresa explicar o que pretende fazer, nomeadamente que poderá "reverter a tendência de desertificação que existe na região nos últimos 50 anos". À comunidade de 600 pessoas residentes, maioritariamente idosas, o CEO diz que o projeto pode dar emprego a 350 pessoas e agregar uma comunidade de mais de mil pessoas.
Carlos Freire sublinhou também que não há nenhuma pessoa e nenhuma empresa que não cause desperdício e impacto. "Não se pode querer fazer a transição energética e não querer nada no sso quintal", assinalou.
Como antiga ministra, Assunção Cristas assinalou ainda o papel do Estado na condução das empresas para a sustentabilidade. "Não pode ser só um esforço das empresas. As empresas precisam de quadros regulatórios claros, estáveis, previsíveis e sobretudo atempados, o que muitas vezes falha", criticou. Também Ângela Lucas, que pretende fechar o levantamento de capital do LandFund nos próximos meses, frisou a necessidade de haver estabilidade e segurança nos mercados para as empresas e os objetivos de sustenabilidade conseguirem chegar a bom porto.
A advogada frisou também que as empresas estão em diferentes estádios, sendo que "há empresas que ainda não estão obrigadas à legislação, mas sentem-se obrigadas pelo seu propósito e estratégia, mas há outras que estão obrigadas e ainda não se aperceberam".
Assunção Cristas salientou também que, apesar da urgência associada às temáticas ESG, a produção de legislação é demorada. "Há consensos difíceis de alcançar", acrescentou.
Por seu lado, Luís Delgado, administrador executivo da Bondalti, frisou que "o mais importante da sustentabilidade é o negócio. Ou temos negócios sustentáveis em si mesmos ou tudo o resto não funciona". Referindo que a legislação produzida na União Europeia tem tido um elevado impacto na indústria química, defendeu que é necessário "algum cuidado" na velocidade de transposição de diretivas. "Nós não vamos conseguir atingir os objetivos de descarbonização na União Europeia sem a indústria química estar diretamente envolvida". E acrescentou: "Temos de ter negócios sustentáveis num espaço europeu competitivo".
Carlos Freire, CEO da Aon, corroborou que a sustentabilidade já ganhou o seu espaço e está a ser incorporada nas estratégias como "linha de defesa", frisando, no entanto, que "não há nenhuma empresa que consiga abordar a sustentabilidade sozinha". Na sua perspetiva, o conceito ESG vai mesmo ser absorvido e integrar a atividade empresarial em toda a linha.
É nessa perspetiva que surgiu o LandFund, um fundo que visa apostar na reflorestação no espaço ibérico, maximizando os serviços de ecossistemas e ajudando as empresas no processo de descarbonização. Constituído e aprovado pela CMVM em 2023, tem "o compromisso de alinhamento com a sustentabilidade e a taxonomia europeias", assinalou
Ângela Lucas, cofundadora e partner da LandFund. "Se não olharmos para o nosso território promovendo o restauro dos ecossistemas ninguèm o fará por nós". O fundo está neste momento em fase de levantamento de capital.
O debate contou ainda com a participação de Emanuel Proença, CEO da Savannah Resources, empresa que visa explorar lítio em Portugal. Referindo que a empresa tem vindo a enfrentar "muita desinformação" à volta desta atividade mineira e os impactos da Operação Influencer, Emanuel Proença salientou o papel essencial do lítio para a transição energética: "Nos projeto da Savannah, nos primeiros anos, temos prevista a produção de lítio em quantidade suficiente para fazer produção de 500 mil veículos elétricos. Isso significa que estaríamos a descarbonizar três a cinco vezes todos os veículos que circulam em Portugal".
Relativamente ao impacte ambiental que tem suscitado forte controvérsia na zona de Boticas, em Trás-os-Montes, o CEO salientou que cabe à empresa explicar o que pretende fazer, nomeadamente que poderá "reverter a tendência de desertificação que existe na região nos últimos 50 anos". À comunidade de 600 pessoas residentes, maioritariamente idosas, o CEO diz que o projeto pode dar emprego a 350 pessoas e agregar uma comunidade de mais de mil pessoas.
Carlos Freire sublinhou também que não há nenhuma pessoa e nenhuma empresa que não cause desperdício e impacto. "Não se pode querer fazer a transição energética e não querer nada no sso quintal", assinalou.
Como antiga ministra, Assunção Cristas assinalou ainda o papel do Estado na condução das empresas para a sustentabilidade. "Não pode ser só um esforço das empresas. As empresas precisam de quadros regulatórios claros, estáveis, previsíveis e sobretudo atempados, o que muitas vezes falha", criticou. Também Ângela Lucas, que pretende fechar o levantamento de capital do LandFund nos próximos meses, frisou a necessidade de haver estabilidade e segurança nos mercados para as empresas e os objetivos de sustenabilidade conseguirem chegar a bom porto.