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Comecemos por aqui: ganhar um lugar na Lista A da CDP (Carbon Disclosure Project) vale muito dinheiro e prestígio, porquanto as pontuações desta organização ambientalista global sem fins lucrativos são amplamente utilizadas para orientar decisões de investimento e de compras no sentido de uma economia com zero emissões de carbono, sustentável e resiliente.
No ano passado, mais de 740 instituições financeiras com mais de 136 mil milhões de dólares (126,4 mil milhões de euros) em ativos solicitaram às empresas que divulgassem dados sobre impactos, riscos e oportunidades ambientais através da plataforma do CDP, tendo respondido um número recorde de 23 mil empresas, com apenas 1% a registar um nível de excelência.
Há empresas portuguesas que fazem parte deste espécie de lista VIP global no combate às alterações climáticas, como a Sonae e a MC, com a CDP a integrá-las na sua "A List", que reúne as companhias com melhor desempenho e transparência a nível mundial.
"As duas empresas alcançam, então, o nível ‘A’ da organização que detém a maior base de dados ambiental do mundo, tendo entrado na exclusiva lista das empresas líderes", enfatizam a Sonae e a MC, esta terça-feira, 5 de fevereiro, em comunicado.
"O combate às alterações climáticas é urgente e já faz parte da nossa forma de estar nos negócios. Permanecemos focados no nosso compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2040 e no nosso papel impulsionador da transição climática. Este resultado positivo e em dose dupla é um reconhecimento muito importante, vindo da entidade que é a referência mundial nesta avaliação e que nos coloca no mesmo patamar de excelência dos gigantes da economia mundial", afirma João Günther Amaral, administrador executivo da Sonae.
"O envolvimento das nossas equipas no desenho e implementação do ‘roadmap’ de Descarbonização das Operações da MC permitiu alcançar, no último ano, uma redução de 34% das emissões face a 2018. Um resultado que desafiámos com o estabelecimento de novas metas alinhadas com a ciência climática e validadas pela Science Based Targets Initiative (SBTi). Dessa forma, em 2023, revimos a nossa ambição e comprometemo-nos com uma redução de 51% das emissões das nossas operações até 2032, face a 2022, e uma redução de 31% das emissões da nossa cadeia de abastecimento", revela, por sua vez, Isabel Barros, administradora executiva da MC.
Entre as ações de sustentabilidade ambiental desenvolvidas pela Sonae e pela MC estão "medidas de eficiência energética com impacto ao nível dos consumos de energia e na redução da dependência de combustíveis fósseis, através do aumento da produção própria de energia recorrendo a fontes renováveis e aquisição da mesma a diferentes fornecedores com níveis de emissões mais baixos; a descarbonização da frota; o combate ao desperdício e aos materiais de uso único; a promoção da reciclagem; a poupança de água; a regeneração de florestas; a aposta em serviços circulares; e a redução do consumo de recursos naturais".