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O BCSD Portugal acaba de lançar um guia que ajuda as empresas a identificarem os temas ambientais, sociais e de governação (ESG, sigla em inglês) mais relevantes para o seu negócio e cadeia de valor, em linha com as exigências da nova Diretiva de Comunicação de Informações sobre a Sustentabilidade das Empresas (CSRD, sigla em inglês).
Recorde-se que mediante esta diretiva as grandes empresas, empresas cotadas e PME cotadas vão ter de reportar informações sobre o seu impacto em questões de sustentabilidade, nomeadamente a nível ambiental, social, nos direitos humanos e em fatores de governação.
O "Guia de apoio ao apuramento de materialidade nas empresas", agora lançado pelo BCSD Portugal, tem um foco na aplicação prática, explorando os conceitos e tendências para as quais as empresas deverão estar preparadas. Incide também sobre a forma como as empresas podem utilizar o apuramento de materialidade para apoiar o seu negócio, e quais os principais desafios e dificuldades que enfrentam na implementação do processo.
Com este enquadramento, o guia orienta as empresas nos três passos principais a seguir para realizarem o apuramento dessa materialidade e sugere recomendações que ajudam a simplificar o processo e a superar os desafios mais comuns.
"Para dar resposta aos desafios da década 2020-2030 e do futuro em geral, as empresas precisam de conhecer bem o tipo de relação que as suas cadeias de valor estabelecem com as suas partes interessadas e o meio ambiente. Ou seja, saber identificar e compreender os riscos, impactos e dependências mais relevantes da empresa sobre a sociedade e a biosfera e vice-versa", sublinha João Wengorovius Meneses, secretário-geral do BCSD Portugal, no novo documento.
O conceito de dupla materialidade começa a surgir em várias ferramentas e frameworks a nível europeu e internacional, conjugando os conceitos de materialidade de impacto e materialidade financeira, que têm vindo a ser medidos de forma independente através dos standards de reporte da Global Reporting Initiative e Sustainability Accounting Standards Board. "Com a adoção do conceito de dupla materialidade, as empresas terão o desafio de apurar a materialidade simultaneamente através das lentes da materialidade de impacto e da materialidade financeira", acrescenta Wengorovius Meneses.
O guia foi desenvolvido pela Task Force de Materialidade, criada no âmbito do Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis do BCSD Portugal, na qual participaram 13 empresas associadas.
De salientar que a nova diretiva deverá ser aplicada em três fases: a 1 de janeiro de 2024, para as empresas já sujeitas à diretiva em vigor; a 1 de janeiro de 2025, para as grandes empresas atualmente não sujeitas à diretiva em vigor; e a 1 de janeiro de 2026, para as PME cotadas, bem como para as instituições de crédito de pequena dimensão e não complexas e as empresas de seguros cativas.
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