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Entre os maiores riscos que as organizações enfrentam a nível internacional estão, segundo um novo estudo da Deloitte, a escassez de recursos humanos e as competências. Para 78% dos executivos inquiridos pela consultora, estas são questões que se sobrepõem a outras preocupações dos conselhos de administração, como os custos e as expectativas da força de trabalho.
As conclusões são do estudo Global Boardroom Programme, que entrevistou cerca de 500 diretores e executivos em mais de 50 países, em que fica claro é preciso dar mais destaque aos temas relacionados com a captação, retenção e gestão de talento. Segundo a consultora, o inquérito demonstra que "muitos dos inquiridos acreditam que os seus conselhos de administração devem ser mais proativos na discussão destas prioridades".
Na lista estão ainda questões como o "alinhamento dos investimentos relacionados com a força de trabalho com as prioridades estratégicas" ou a "maximização dos benefícios através da combinação da tecnologia e da força de trabalho", que merecem a preocupação de 42% dos líderes empresariais.
Numa altura em que os rápidos avanços da inteligência artificial (IA) ameaçam, cada vez mais, alterar a realidade do trabalho, a reconversão e melhoria das competências dos colaboradores é, para um terço dos executivos, essencial. Porém, os dados da Deloitte mostram que muitas organizações não estão ainda prontas para esta transformação e que apenas 2% já implementaram estratégias de longo prazo para a IA. A maioria (58%) afirma que as suas empresas estão apenas a dar início à integração destas ferramentas.
A par da tecnologia, as exigências em matéria de ESG aumentam a procura por perfis profissionais com as chamadas ‘green skills’ (competências sustentáveis, em tradução livre). Segundo o Global Green Skills Report 2023, produzido pelo LinkedIn, as ofertas de emprego que exigem pelo menos uma competência específica nesta área cresceram, em média, 22,4%. Skills de moda sustentável, serviços de ambiente e crescimento sustentável aumentaram em mais de 60% nos últimos cinco anos.
"Os conselhos de administração estão a ser pressionados em muitas direções", reconhece Anna Marks. A presidente global da Deloitte elenca o "ambiente geopolítico mais complexo", "as exigências de uma maior ação climática" e a "a necessidade de progressos em matéria de diversidade, equidade e inclusão" como alguns dos principais temas em foco.
"As pessoas estão no centro das organizações e, por isso, é fundamental que os conselhos de administração se mantenham focados no talento e ajudem a construir uma cultura e um local de trabalho que sustentem equipas talentosas, saudáveis e resilientes para o futuro", acrescenta.
Entre as estratégias que os executivos planeiam adotar, destaque para o reforço das oportunidades de progressão na carreira (44%), a implementação ou manutenção de regimes de trabalho flexíveis (40%), foco na cultura empresarial (36%), remunerações mais atrativas (34%) e avanços na sustentabilidade ambiental como prioridade (26%).