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António Lagartixo, CEO e managing partner da Deloitte Portugal, foi um dos keynote speakers da primeira reunião dos membros do Conselho Estratégico Fórum ESG do Prémio Nacional de Sustentabilidade, organizada pelo Jornal de Negócios, no dia 29 de outubro, nos Montes Claros, em Lisboa.
Sob o tema "O desafio e a urgência da sustentabilidade", o CEO começou por sublinhar que o mundo está perante um desafio global sem precedentes e que precisa da intervenção de todos: "Nós acreditamos que temos de fazer parte deste movimento e que, se não contribuirmos para uma tomada de consciência, a médio prazo, vamos ter um problema sério, mas principalmente vão-no ter as gerações que vêm a seguir. Portanto, nós temos uma obrigação enquanto líderes de organizações, que acabamos por influenciar outros, de lhes dar uma visão e mostrar que estamos realmente empenhados em fazer um trilho que vai ter benefícios principalmente para as gerações futuras. Essa é a nossa obrigação."
A transformação tem de ser global
Como problema global, António Lagartixo frisou que a resolução das consequências das alterações climáticas tem mesmo de ser realizada a nível mundial. "Não vale a pena acharmos que individualmente uma das nossas empresas ou nós individualmente conseguimos fazer alguma coisa. Isto de facto tem de ser global e temos de arranjar uma forma de trazer aqueles países que estão mais reticentes para dentro deste comboio."
Até por questões de concorrência. O mundo ocidental, principalmente a Europa, está a impor regulação às empresas e ao mercado consumidor que "vai necessariamente no curto prazo trazer mais custos". Porém, frisou, "alguém tem de ser o ‘first mover’. E se nós não dermos o exemplo, se não criamos através de regulação e dos consumidores quase que uma obrigação de os outros nos seguirem, para poderem ter capacidade económica e mercados para colocarem os seus produtos, acabamos por não chegar lá. Portanto, isto tem de ser um esforço global".
Mas a sustentabilidade vai muito além de mitigar as questões ambientais. É preciso resolver aspetos sociais e educar a população: "Se não trouxermos para cima da mesa questões como a própria regulação, a consciência de termos mais responsabilidade social com a redução da pobreza a nível global, com o aumento da educação a nível global, vamos estar sempre a falar para os passarinhos. Porque se as pessoas não conseguirem entender o impacto destas coisas e se não tiverem a formação mínima para perceber a importância destes temas e o seu papel nas gerações futuras, não vamos conseguir fazer nada".
Qual é então o papel das empresas no meio disto tudo? O CEO da Deloitte frisou que, enquanto organizações, devem olhar para o seu próprio ecossistema e tomar medidas imediatas para reduzir as emissões de carbono, a produção de resíduos internos, etc., e tentar agir em toda a cadeia de valor, influenciando desde os fornecedores aos consumidores. Mas também têm um papel educativo em todo este processo, "evidenciando as vantagens deste tipo de comportamento, produtos e serviços. Ou seja, no fundo, é educar os nossos fornecedores, educar quem trabalha connosco e educar quem nós servimos como empresas. Se fizermos isto, estamos a dar o nosso pequeno contributo para que as futuras gerações possam ter um mundo melhor", finalizou.
Sob o tema "O desafio e a urgência da sustentabilidade", o CEO começou por sublinhar que o mundo está perante um desafio global sem precedentes e que precisa da intervenção de todos: "Nós acreditamos que temos de fazer parte deste movimento e que, se não contribuirmos para uma tomada de consciência, a médio prazo, vamos ter um problema sério, mas principalmente vão-no ter as gerações que vêm a seguir. Portanto, nós temos uma obrigação enquanto líderes de organizações, que acabamos por influenciar outros, de lhes dar uma visão e mostrar que estamos realmente empenhados em fazer um trilho que vai ter benefícios principalmente para as gerações futuras. Essa é a nossa obrigação."
Não vale a pena acharmos que individualmente uma das nossas empresas ou nós individualmente conseguimos fazer alguma coisa. Isto de facto tem de ser global e temos de arranjar uma forma de trazer aqueles países que estão mais reticentes para dentro deste comboio. António Lagartixo, CEO e managing partner da Deloitte Portugal
Nos últimos 50 anos, com o aumento da população e da sua capacidade de consumo, o mundo ultrapassou barreiras que levaram à degradação do meio ambiente. "Quando olhamos para isto, vimos que os dados são absolutamente arrasadores. Os números são dramáticos quando os perspetivamos e tentamos fazer estimativas daquilo que vai acontecer se nós não fizermos absolutamente nada", salientou António Lagartixo, recordando que, devido à subida do nível do mar, cidades como Miami, Nova Orleães ou Bombaim terão sérios problemas no futuro. Mas, mesmo perante factos, uma boa parte do mundo ainda não tomou real consciência do problema, salientando o facto de países como a China, o Brasil e a Rússia não marcarem presente na COP26, em Glasgow. "É uma pena, porque sem conseguirmos meter todos no barco não vamos lá. Isto vai ter de ter outras consequências, que é de os começarmos a excluir em coisas que sejam realmente importantes para eles. A China, no último ano, com o aumento dos preços de alguns tipos de energia, nomeadamente do petróleo e do gás, voltou de forma massiva ao carvão. E este é o movimento que não se devia fazer de forma alguma. Num país com aquela população e capacidade de produção industrial, claro que isso mexe logo com o ponteiro. É um caminho que nos vai causar a todos imensos impactos."A transformação tem de ser global
Como problema global, António Lagartixo frisou que a resolução das consequências das alterações climáticas tem mesmo de ser realizada a nível mundial. "Não vale a pena acharmos que individualmente uma das nossas empresas ou nós individualmente conseguimos fazer alguma coisa. Isto de facto tem de ser global e temos de arranjar uma forma de trazer aqueles países que estão mais reticentes para dentro deste comboio."
Até por questões de concorrência. O mundo ocidental, principalmente a Europa, está a impor regulação às empresas e ao mercado consumidor que "vai necessariamente no curto prazo trazer mais custos". Porém, frisou, "alguém tem de ser o ‘first mover’. E se nós não dermos o exemplo, se não criamos através de regulação e dos consumidores quase que uma obrigação de os outros nos seguirem, para poderem ter capacidade económica e mercados para colocarem os seus produtos, acabamos por não chegar lá. Portanto, isto tem de ser um esforço global".
Mas a sustentabilidade vai muito além de mitigar as questões ambientais. É preciso resolver aspetos sociais e educar a população: "Se não trouxermos para cima da mesa questões como a própria regulação, a consciência de termos mais responsabilidade social com a redução da pobreza a nível global, com o aumento da educação a nível global, vamos estar sempre a falar para os passarinhos. Porque se as pessoas não conseguirem entender o impacto destas coisas e se não tiverem a formação mínima para perceber a importância destes temas e o seu papel nas gerações futuras, não vamos conseguir fazer nada".
Qual é então o papel das empresas no meio disto tudo? O CEO da Deloitte frisou que, enquanto organizações, devem olhar para o seu próprio ecossistema e tomar medidas imediatas para reduzir as emissões de carbono, a produção de resíduos internos, etc., e tentar agir em toda a cadeia de valor, influenciando desde os fornecedores aos consumidores. Mas também têm um papel educativo em todo este processo, "evidenciando as vantagens deste tipo de comportamento, produtos e serviços. Ou seja, no fundo, é educar os nossos fornecedores, educar quem trabalha connosco e educar quem nós servimos como empresas. Se fizermos isto, estamos a dar o nosso pequeno contributo para que as futuras gerações possam ter um mundo melhor", finalizou.