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Temperatura média global de 2024 excede pela primeira vez 1,5º

O Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas confirma que 2024 será o ano mais quente de que há registo com temperaturas médias globais acima do período pré-industrial de 1850-1900.

09 de Dezembro de 2024 às 08:59
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O ano de 2024 será o mais quente do mundo desde que há registos e o primeiro em que as temperaturas médias globais excederão 1,5º, segundo o Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas (C3S).

As temperaturas "extraordinariamente altas" deverão persistir pelo menos nos primeiros meses de 2025, disseram cientistas da União Europeia na segunda-feira à Reuters.

Os dados do serviço gerido pela Comissão Europeia surgem duas semanas depois de as negociações da ONU sobre o clima terem resultado num acordo de 300 mil milhões de dólares para combater as alterações climáticas, um pacote que os países mais pobres criticaram por ser insuficiente para cobrir os custos crescentes das catástrofes relacionadas com o clima.

Segundo o C3S, os dados de janeiro a novembro confirmam que 2024 será o ano mais quente de que há registo, com temperaturas médias globais de 1,5º acima do período pré-industrial de 1850-1900.

Em 2024, as condições meteorológicas extremas assolaram o mundo, com secas severas em Itália e na América do Sul, inundações no Nepal, no Sudão e na Europa, ondas de calor no México, no Mali e na Arábia Saudita e ciclones nos EUA e nas Filipinas, com perdas humanas e materiais.

"Estamos em território recorde para as temperaturas globais e é provável que isso permaneça pelo menos nos próximos meses", disse o pesquisador climático do Copernicus, Julien Nicolas, à Reuters.

As emissões de dióxido de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis são apontadas como a principal causa das alterações climáticas. No entanto, apesar dos compromissos globais assinados, as emissões globais de CO2 deverão atingir um nível recorde este ano, prevê o C3S.

Os cientistas estão também a monitorizar se o padrão meteorológico do La Nina, que envolve o arrefecimento das temperaturas à superfície do oceano e poderá formar-se em 2025. Segundo os cientistas, tal poderia arrefecer brevemente as temperaturas globais, embora não travasse a tendência subjacente a longo prazo do aquecimento causado pelas emissões.

Assim, embora 2025 possa ser ligeiramente mais frio do que 2024, se ocorrer o La Nina, isso não significa que as temperaturas serão "seguras" ou "normais"", disse Friederike Otto, professora catedrática do Imperial College de Londres, à Reuters. "Continuaremos a registar temperaturas elevadas, que resultarão em ondas de calor perigosas, secas, incêndios florestais e ciclones tropicais", sublinhou.

Os registos do C3S remontam a 1940 e são cruzados com os registos de temperatura global que remontam a 1850.

 

 

 

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