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Start-up portuguesa cria plataforma global para acelerar preservação dos oceanos

A SeaTheFuture é a primeira solução global de “crowdsaving” que liga iniciativas em todo o mundo à sociedade civil, entidades e empresas. Vai promover a viabilização financeira de cada projeto com rastreabilidade dos montantes angariados.

30 de Outubro de 2023 às 09:37
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A SeaTheFuture é a primeira solução global de "crowdsaving" para a preservação dos oceanos, que nasce com a missão de ligar iniciativas em todo o mundo à sociedade civil, entidades e empresas, mobilizando-as para a viabilização financeira, com transparência e rastreabilidade dos montantes angariados.

A SeaTheFuture é um spin-off do Oceanário de Lisboa e surge da consciência de que agora é o tempo de agir e com o propósito de impulsionar ações concretas por parte da sociedade civil capazes de reverter a tendência atual e contribuir para um oceano mais saudável, desafiando o paradigma tradicional da conservação ambiental.


Com um modelo inovador, propõe trazer eficiência, transparência e simplicidade através de uma plataforma online, onde pessoas, entidades e empresas podem apoiar e viabilizar financeiramente projetos de conservação.

A start-up assume também o desafio de capacitar indivíduos, organizações e empresas a apoiarem campanhas e iniciativas específicas por ecossistemas mais saudáveis, através de doações ou aquisição de produtos sustentáveis, que assegurem o cumprimento desta missão.

Preenchendo uma lacuna na área da conservação, habitualmente formada por ONG, fundações e academia, a SeaTheFuture assume que é uma empresa com fins lucrativos, apostada em construir e a consolidar a comunidade como movimento de apoio ao oceano.

Assunção Loureiro, diretora-geral da SeaTheFuture, assinala que "a ambição do projeto é ser o maior movimento e fonte de financiamento de conservação do oceano de particulares e iniciativa privada, ligando dois extremos até agora desconectados: os entusiastas do oceano e aqueles que no terreno tudo fazem pelas espécies e ecossistemas ameaçados, muitas vezes sob condições extremas e enfrentando enormes desafios, incluindo financeiros".

Ao alavancar a tecnologia, a colaboração, a transparência e a partilha de conhecimento, "acreditamos que este movimento pode inspirar ações em cadeia, fomentar a inovação e impulsionar resultados tangíveis na conservação do oceano", acrescenta.

Representando uma inovação no modelo de doações, a plataforma promove o rastreio de todos os fundos angariados até ao seu destino final, garantindo a sua canalização para o propósito inicial e, assim, contribuindo para o reforço da confiança dos utilizadores e para a otimização dos recursos gerados.

Ao aproximar cidadãos, empresas e o mundo corporativo do nosso maior aliado na luta contra as alterações climáticas e a perda de biodiversidade marinha, este movimento tem como principal objetivo gerar um impacto transformador na conservação e, acima de tudo, acelerar o impacto num momento de emergência global.

Esta plataforma vem também colmatar algumas necessidades não financeiras dos projetos de conservação, uma vez que, ao produzir conteúdos sobre os projetos e a sua divulgação nas redes sociais e website, aumenta a visibilidade dos projetos e liberta as equipas destas tarefas que lhes consomem muito tempo e esforço.

O modelo de negócio tem por base duas formas de angariação de fundos – os donativos diretos, em que 85% do montante é diretamente transferido para o projeto de conservação escolhido – e o Vestuário Ecológico que, para além de ser um manifesto "wearable" e uma forma diferente de divulgação do apoio ao Oceano, cumpre uma rigorosa avaliação do seu ciclo de vida, através de oito critérios incluindo a certificação, escala reduzida, comércio justo, entre outros. Cerca de 10% do PVP dos produtos sustentáveis é enviado diretamente para os projetos de conservação escolhidos por quem compra o produto.

"Acreditamos que este modelo único funciona e que a conservação pode gerar recursos e autossustentar-se, em vez de apenas os consumir, como se de uma economia linear se tratasse. Como proposta global que somos, após Portugal, a aposta será em mercados europeus onde há maior predisposição e maturidade em matéria de sustentabilidade, onde há comportamentos de consumo mais responsáveis, uma cultura de filantropia mais transversal e também maior disponibilidade para agir.  O nosso objetivo é atingirmos o "break-even" antes de chegarmos aos quatro anos de operação", reforça Assunção Loureiro.

A SeaTheFuture está numa procura ativa de projetos e desafia a candidatura espontânea de interessados de qualquer parte do mundo diretamente na plataforma. A fase piloto já permitiu a integração de oito projetos espalhados por África, Ásia e América.

 

 

 

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