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Miguel Stilwell d’Andrade: “A energia renovável é incrivelmente barata hoje em dia”

A EDP foi a única empresa a participar na Cimeira de Ambição Climática, que reuniu líderes e organizações do mundo inteiro em Nova Iorque. O presidente executivo da EDP apresentou o caminho feito pela elétrica, que será totalmente verde em 2030.

21 de Setembro de 2023 às 12:00
Nos últimos 12 meses, a EDP liderada por Miguel Stilwell de Andrade instalou 2,5 GW de capacidade de energia renovável.
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O presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, participou na Cimeira de Ambição Climática, nesta quarta-feira em Nova Iorque, onde defendeu que "a energia renovável não só não tem emissões como é incrivelmente barata hoje em dia. A energia solar baixou 95% em termos de custo na última década, na energia eólica é a mesma coisa e as baterias também são muito mais competitivas", acrescentando que "já não se trata da questão de dizer que é mais cara".

No seu discurso de aproximadamente cinco minutos, Miguel Stilwell d’Andrade reforçou que "a energia renovável é perfeitamente competitiva em relação a outras fontes de energia e vemos isso todos os dias em muitos dos diferentes mercados em que estamos inseridos".

Presente em 30 mercados e como uma das maiores empresas produtoras de energia limpa do mundo, a EDP foi a única empresa representada nesta cimeira climática.

O presidente-executivo da EDP interveio num dos painéis temáticos dedicado às metas de neutralidade carbónica, liderança e regulação, onde referiu ainda que "uma coisa muito clara para nós é que a ciência nos diz que temos de acelerar o esforço para atingir as zero emissões líquidas e o setor da energia é absolutamente fundamental para esta transformação. Outra coisa que também é clara para nós é que se trata de um imperativo, não se trata de uma escolha. É algo que vai acontecer".

Perante uma assembleia repleta de líderes corporativos, empresariais e de organizações da sociedade civil, Miguel Stilwell destacou também os diversos desafios que as empresas têm pela frente, evidenciando que existe "dificuldade em aumentar a escala". "Penso que esse é um dos grandes problemas que existem atualmente", referiu. E enumerou também as grandes ligações necessárias, interconexões, licenças complexas, questões de licenciamento e, por vezes, reações adversas das comunidades locais. "Todas estas dificuldades de execução dificultam o scale-up das renováveis no curto prazo".

Stilwell d’Andrade defendeu também que "uma regulamentação clara e coerente é absolutamente fundamental", uma vez que "os investidores precisam de uma regulamentação previsível e estável para poderem tomar decisões de investimento". Salientou que "se registaram grandes progressos nos EUA e na Europa e em regiões de todo o mundo, mas continuamos a assistir a muita desinformação, a muita fragmentação, e penso que isso tem de ser resolvido".

Convidado para testemunhar a evolução da EDP como caso de sucesso, o responsável referiu ainda que 85% da energia produzida pela EDP já provém de fontes renováveis, comparativamente com 20% há quinze anos.

Por fim, salientou que "ainda há muito mais a fazer, uma vez que vamos investir significativamente 25 mil milhões de euros nos próximos quatro anos", sendo que a EDP deixará de usar completamente o carvão nos próximos 18 meses e o gás em 2030, pelo que será uma companhia totalmente verde em 2030.

 

"A humanidade abriu as portas do inferno"

Integrada na 78.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a decorrer esta semana em Nova Iorque, a Cimeira de Ambição Climática foi convocada por António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, no final do ano passado, para incentivar os diferentes stakeholders e tomar medidas pela ação climática.

No seu discurso referiu que "a humanidade abriu as portas do inferno", referindo-se ao aquecimento global que está a assolar o planeta. "Um calor terrível está a ter efeitos horríveis: agricultores desolados veem as colheitas serem levadas pelas cheias; temperaturas sufocantes geram doenças; e milhares de pessoas fogem com medo à medida que os incêndios históricos se alastram".

Apelando à urgência da ação climática, voltou a alertar que "se nada mudar, estamos a caminhar para um aumento de temperatura de 2,8°C, para um mundo perigoso e instável".

Mas a última palavra foi de esperança, convocando todos para se limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C. "Ainda podemos construir um mundo de ar puro, empregos verdes e energia limpa e acessível para todos", referiu.

Para isso, apelou aos países mais desenvolvidos a apoiarem o mundo em desenvolvimento a reduzir as suas emissões. "O Pacto de Solidariedade Climática proposto apela aos grandes emissores - que mais beneficiaram com os combustíveis fósseis - para que façam esforços adicionais para reduzir as emissões e aos países ricos para que apoiem as economias emergentes nesse sentido", apelou.

 

 

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