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Mercado global de tecnologias limpas deverá triplicar para mais de 2 biliões de dólares na próxima década

Energia solar fotovoltaica, turbinas eólicas, automóveis elétricos, baterias, eletrolisadores e bombas de calor são as principais tecnologias promotoras deste crescimento, segundo a Agência Internacional de Energia.

30 de Outubro de 2024 às 10:50
Ao fim de apenas quatro meses, os apoios disponíveis cobrem menos de 15% dos veículos elétricos matriculados.
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O mercado global destas tecnologias deverá aumentar de 700 mil milhões de dólares em 2023 para mais de 2 biliões de dólares em 2035 - quase o valor do mercado mundial de petróleo bruto nos últimos anos, refere a Agência Internacional de Energia (AIE), num relatório publicado nesta quarta-feira.

A AIE centra-se nas perspetivas das seis principais tecnologias de produção em massa de energia limpa, com base nas atuais definições políticas, nomeadamente energia solar fotovoltaica, turbinas eólicas, automóveis elétricos, baterias, eletrolisadores e bombas de calor.

Segundo a agência, esta "análise inédita" mostra que existe uma complexa interação entre as políticas energéticas, industriais e comerciais, à medida que os países procuram assegurar cadeias de abastecimento e oportunidades económicas.

O comércio de tecnologias limpas também deverá registar um aumento acentuado. Dentro de uma década, mais do que triplicará, atingindo 575 mil milhões de dólares, mais de 50% superior ao atual comércio mundial de gás natural.

"O mercado das tecnologias limpas deverá multiplicar-se em termos de valor na próxima década, alcançando cada vez mais os mercados dos combustíveis fósseis. À medida que os países procuram definir o seu papel na nova economia energética, três áreas políticas vitais - energia, indústria e comércio - estão cada vez mais interligadas", comenta Fatih Birol, diretor executivo da AIE.

Considerando que esta situação "deixa os governos com decisões difíceis e complicadas pela frente", Fatih Birol considera que "as transições para energias limpas representam uma grande oportunidade económica" e defende que "os governos devem esforçar-se por desenvolver medidas que também promovam a concorrência contínua, a inovação e a redução de custos, bem como o progresso em direção aos seus objetivos energéticos e climáticos".

O aumento do mercado mundial de tecnologias limpas tem sido acompanhado por uma "onda recorde de investimento no fabrico de tecnologias limpas", à medida que os países procuram reforçar a sua segurança energética, manter a sua vantagem económica e reduzir as emissões. Segundo a AIE, a maior parte destas despesas está concentrada nos países e regiões que já se estabeleceram no setor e que procuram reforçar as suas posições: China, União Europeia e Estados Unidos, e cada vez mais a Índia.

No entanto, apesar do forte impacto da Lei de Redução da Inflação e da Lei de Infraestruturas Bipartidária nos Estados Unidos, da Lei da Indústria Zero da UE e do Regime de Incentivos Ligados à Produção da Índia, a China deverá continuar a ser a potência mundial da indústria transformadora num futuro previsível, avança a AIE.

De acordo com as políticas atuais, as suas exportações de tecnologias limpas estão a caminho de ultrapassar os 340 mil milhões de dólares em 2035, o que equivale aproximadamente às receitas de exportação de petróleo previstas para este ano para a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos em conjunto.

Atualmente, os países do Sudeste Asiático, da América Latina e de África representam menos de 5% do valor gerado pela produção de tecnologias limpas. No entanto, o relatório sublinha que a porta da nova economia da energia limpa continua aberta para países em diferentes fases de desenvolvimento.

O relatório conclui que, para além da extração e transformação de minerais críticos, as economias emergentes e em desenvolvimento podem tirar partido das suas vantagens competitivas para subir na cadeia de valor. Por exemplo, o Sudeste Asiático pode tornar-se um dos locais mais baratos para produzir polissilício para painéis solares nos próximos 10 anos, enquanto a América Latina - em especial o Brasil - tem potencial para aumentar o fabrico de turbinas eólicas para exportação. O Norte de África tem os ingredientes necessários para se tornar um centro de produção de veículos elétricos na próxima década, enquanto vários países da África Subsariana poderão produzir ferro com hidrogénio de baixas emissões, assinala a agência. "O crescimento do fabrico e do comércio de tecnologias de energia limpa deve beneficiar muitas economias e não apenas algumas", afirma Birol em comunicado.

 

 

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