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Iniciativa quer atingir 1 TW de potência de eletricidade renovável no Mediterrâneo até 2030

A TeraMED quer promover parcerias e pacotes de investimento que deem prioridade às energias renováveis, à eficiência energética, ao armazenamento e às infraestruturas de rede.

19 de Novembro de 2024 às 14:10
Bruno Simão
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Um grupo de cerca de 30 entidades internacionais, entre associações da indústria das energias renováveis, "think-tanks" e organizações não governamentais, incluindo a portuguesa ZERO, quer promover a transição para as energias renováveis na região do Mediterrâneo. O objetivo é triplicar a capacidade de produção e atingir coletivamente 1 TW (terawatt) de energias renováveis para a região do Mediterrâneo até 2030.

Denominada TeraMED, pretende impulsionar o objetivo através da promoção de novas parcerias internacionais e pacotes de investimento que deem prioridade às energias renováveis, à eficiência energética, ao armazenamento e às infraestruturas de rede.

"Para conseguirmos o objetivo, é preciso, em primeira linha, que os governos se comprometam, quer os europeus através dos seus Planos Nacionais de Energia e Clima para 2030, quer através de um diálogo bilateral entre os vários países - como é o exemplo entre Portugal e Marrocos, que até têm pensada uma interligação elétrica. Será necessário, acima de tudo, um compromisso por parte dos governos, quer em termos da infraestrutura, como também de armazenamento da eletricidade e, obviamente, da construção de nova potência renovável e de investimentos", explica Francisco Ferreira, presidente da ZERO, ao Negócios. E acrescenta: "Aqui é muito importante o papel dos promotores e o papel dos investimentos que a própria União Europeia poderá canalizar para conseguirmos atingir este objetivo de 1TW no Mediterrâneo".

Outros objetivos incluem estabelecer metas nacionais "arrojadas" para as energias renováveis e refleti-las nos compromissos das Contribuições Nacionalmente Determinadas (em inglês, NDC); melhorar as condições de mercado e os mecanismos de financiamento e intensificar os esforços coordenados para aumentar o acesso ao financiamento e atrair o investimento privado.

Pretende também resolver os estrangulamentos políticos e regulamentares para uma implantação mais rápida das energias renováveis, da eficiência energética e do armazenamento, e melhorar e modernizar as infraestruturas da rede; e desenvolver um roteiro claro para a transição energética da região, colaborando com as principais partes interessadas ao nível regional e internacional, incluindo a União Europeia, a Liga dos Estados Árabes e a IRENA - Agência Internacional para as Energias Renováveis.

Um estudo efetuado pela TeraMED indica que, de momento, entre os países europeus com fronteira com o Mediterrâneo, Turquia, e os países do Norte de África, a potência atual instalada de renováveis é de, aproximadamente, 300 GW. Se as NDC de todos os países em causa forem cumpridas, atingir-se-á 600 GW. O objetivo final da campanha é garantir atingir-se esse valor e acrescentar-se ainda mais 400 GW de potência elétrica renovável, de modo a se chegar a 1000 GW ou 1 TW.

Entretanto, a ZERO, enquanto parceira da TeraMED, estabeleceu contactos preliminares com o governo português durante a COP29, no sentido de Portugal poder ser um dos países a integrar a coligação e incluir o seu próprio compromisso de contribuição de aumento de renováveis.

A associação lembra que Portugal, no quadro da revisão do Plano Nacional de Energia e Clima para 2030, tem por objetivo duplicar a potência eólica instalada entre 2025 e 2030 de 6,3 para 12,4 GW e quase triplicar a potência solar fotovoltaica de 8,4 para 20,8 GW no mesmo período.

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