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Combater poluição e pobreza energética “é fundamental” para reduzir peso das doenças respiratórias

Agência Europeia do Ambiente defende políticas sólidas e financiamentos em diferentes escalas, para reduzir o impacto destas doenças na Europa.

07 de Novembro de 2024 às 10:33
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Combater a poluição, a pobreza energética e as exposições profissionais é fundamental para reduzir as doenças respiratórias crónicas na Europa, defende a Agência Europeia do Ambiente (AEA), num relatório publicado nesta quinta-feira, onde refere que os fatores de risco ambientais causem anualmente quase 80 mil mortes precoces relacionadas com doenças respiratórias crónicas na Europa.

Estima-se que mais de um terço destas mortes sejam causadas por fatores ambientais evitáveis, de acordo com o relatório "Vencer as doenças respiratórias crónicas: o papel do ambiente na Europa".

A AEA resume os dados mais recentes sobre os determinantes ambientais das doenças respiratórias crónicas na Europa, apontando para respostas políticas que podem reduzir significativamente o peso da doença. Segundo a AEA, as políticas e os regulamentos devem ser apoiados por recursos suficientes especificamente afetados à redução da poluição e à prevenção da exposição, incluindo a exposição profissional.

Segundo o documento, entre os principais fatores de risco ambiental estão a poluição atmosférica, sendo esta responsável por 14% das mortes relacionadas com doenças respiratórias crónicas, o frio e o calor (11%), a exposição profissional, como a exposição a temperaturas extremas, poeiras ou produtos químicos (8%), e o fumo passivo (3%).

A AEA refere que "estes fatores ambientais são, em geral, inerentemente evitáveis, mas é difícil para os indivíduos protegerem-se totalmente. Este facto realça a importância de garantir políticas sólidas, a sua plena aplicação e um financiamento eficaz à escala europeia, nacional e regional".

As principais intervenções para reduzir o peso das doenças respiratórias crónicas na Europa, segundo a AEA, incluem a melhoria da qualidade do ar, o combate à pobreza energética e a adaptação às alterações climáticas. Combinadas com a aplicação da regulamentação sobre o tabaco e a redução da exposição profissional, "estas intervenções poderiam, em grande medida, evitar uma parte importante das mortes prematuras por doenças respiratórias crónicas resultantes de fatores ambientais na Europa", defende a AEA.

As doenças respiratórias afetam a vida de muitos residentes europeus. Segundo o Eurostat, são a terceira causa de morte mais comum nos países membros da AEA, onde morrem anualmente quase 420 mil pessoas, mais de 60% das quais devido a doenças respiratórias crónicas.

Este relatório é o terceiro de uma série de avaliações sobre as ligações entre fatores de risco ambientais e doenças graves. Os dois relatórios anteriores analisaram o impacto dos fatores ambientais nas doenças cardiovasculares e nos cancros.

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