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China define “linhas vermelhas” para proteger 30% do seu território

Uma rede de vigilância faz uso de 30 satélites para detetar invasão humana. Áreas protegidas em linha com as diretrizes saídas do Quadro Global para a Biodiversidade acordado no final do ano passado.

03 de Maio de 2023 às 08:39
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A China dá mais uma prova de que quer vencer a corrida da ação climática ao dar por concluído o trabalho que delimita as "linhas vermelhas" de proteção da sua biodiversidade, que abrange 30% do seu território.

Estas "linhas vermelhas" visam proteger o património ecológico nacional de forma a preservar os seus ecossistemas e reverter alguns dos danos causados pela rápida urbanização e crescimento industrial, revela a agência Reuters.

O esquema da linha vermelha foi proposto pela primeira vez em 2011, com o intuito de colocar os ecossistemas vulneráveis dentro dos limites de proteção e acabar com décadas de "desenvolvimento irracional" que invadiram florestas e pântanos, disse uma autoridade do governo chinês à agência noticiosa.

As linhas já foram totalmente decididas e abrangem cerca de três milhões de quilómetros quadrados de terra - cerca de 30% do total da China - bem como 150.000 quilómetros quadrados de áreas marinhas, todas sob vigilância do estado chinês. A rede de vigilância faz uso de 30 satélites que podem detetar a invasão humana no momento em que ela ocorre.

A quantidade de terra protegida está de acordo com o Quadro Global para a Biodiversidade, assinado por mais de 190 países na COP15, no Canadá, em dezembro passado, que visa proteger 30% do total de terra e do mar até 2030.

A China já erradicou inúmeras construções humanas de florestas protegidas, pântanos e margens de rios, mas os críticos dizem que a aplicação do esquema da linha vermelha continua irregular.

Diretrizes políticas recentes também disseram que algumas atividades humanas – incluindo silvicultura comercial e exploração de recursos minerais – ainda seriam permitidas dentro das linhas vermelhas.

Wang Zhibin, chefe do Departamento de Proteção da Natureza do Ministério de Ecologia e Meio Ambiente, disse numa conferência de imprensa, em Pequim, que os esforços de proteção da biodiversidade ainda estão sob "muita pressão", principalmente por causa das lacunas de supervisão e fiscalização, mas também por causa da vulnerabilidade perante as alterações climáticas. "É difícil traçar linhas vermelhas e é ainda mais difícil cumpri-las estritamente", disse Wang Zhibin.

Este ministério lançou uma série de projetos-piloto de supervisão e as violações continuam a ocorrer, incluindo extração ilegal de pedreiras, mineração de areia e extração de madeira, bem como instalações de criação de gado e aves que invadem áreas protegidas, destaca a Reuters.

 

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