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CE quer impulsionar setor das algas na Europa

Novas medidas têm em vista regimes alimentares mais saudáveis, redução das emissões de CO2 e travar a poluição da água.

21 de Novembro de 2022 às 15:54
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A Comissão Europeia (CE) adotou uma iniciativa pioneira para explorar o potencial das algas enquanto recurso renovável na União Europeia (UE). Na comunicação «Rumo a um Setor das Algas da UE Forte e Sustentável» propõe 23 ações destinadas a criar condições para tornar esta indústria um setor robusto, sustentável e regenerativo, capaz de satisfazer a crescente procura do mercado da UE.

"O crescimento da população mundial, o esgotamento dos recursos, as pressões ambientais e as alterações climáticas obrigam a mudar o modo de abordar os sistemas alimentar e económico. Para tal, é essencial criar formas novas e sustentáveis de alimentar uma população mundial em rápido crescimento", pode ler-se na comunicação divulgada.

A UE é um dos maiores importadores de produtos de algas marinhas à escala mundial, prevendo-se que a procura atinja 9 mil milhões de euros em 2030, em especial nos domínios dos produtos alimentares, cosméticos, farmacêuticos e na produção de energia.

As ações propostas visam melhorar o enquadramento empresarial, aumentar a sensibilização social e a aceitação por parte dos consumidores das algas e dos produtos à base de algas e colmatar as lacunas em termos de conhecimento, investigação e tecnologia.

Tal passará por criar um novo conjunto de ferramentas para os produtores de algas; identificar os locais ideais para o cultivo de algas marinhas e sua inclusão nos planos de ordenamento do espaço marítimo; elaborar normas para ingredientes e contaminantes de algas, bem como para o biocombustível à base de algas; avaliar a eficiência e segurança das matérias à base de algas quando utilizadas em produtos fertilizantes; financiar projetos-piloto de reorientação profissional e apoio a PME e projetos inovadores no setor das algas, etc.

A CE convida também todos os stakeholders a participar no Fórum EU4Algae, lançado pela CE em fevereiro deste ano, de forma a dinamizar o setor na Europa. Até ao final de 2027, será elaborado um relatório de avaliação dos progressos realizados na aplicação desta comunicação.

As algas podem ser utilizadas numa grande variedade de mercados, como alimentos para consumo humano, alimentos para animais/peixes, produtos farmacêuticos, bioembalagens ou biocombustíveis.

A cultura de macroalgas permite a regeneração dos oceanos e mares mediante a eliminação de nutrientes que causam eutrofização. Tem uma baixa pegada carbónica e ambiental e um potencial promissor para o sequestro de carbono. A produção de microalgas também pode ser efetuada em terra e longe do mar. As algas são fonte de compostos de carbono e têm aplicações no tratamento de águas residuais e na atenuação do CO2 atmosférico.

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