Opinião
Robin dos Bosques ataca bolsa espanhola
A taxa sobre as transacções financeiras, conhecida como Taxa Tobin, chegou a ser debatida por vários países, mas muito poucos a implementaram.
Espanha foi um dos poucos países que disse desde o início das negociações, que juntou vários países, que pretendia juntar-se a França e à Alemanha na imposição deste imposto. E a taxa Tobin deverá mesmo chegar ao país vizinho no próximo ano. Mas o tema está longe de ser consensual. Citado pelo Cínco Días, Antonio Zoido, presidente da Bolsas y Mercados Españoles (BME), a gestora da praça espanhola, este imposto de 0,2% "multiplica por 66 o custo de operar na bolsa espanhola". A taxa sobre as transacções financeiras vai incidir sobre empresas com uma capitalização bolsista superior a mil milhões de euros e, para Zoido, apenas vai contribuir para aumentar a opacidade dos mercados. O responsável acredita mesmo que esta taxa contraria o objectivo de "cimentar um desenvolvimento económico europeu baseado na diversificação das fontes de financiamento", colocando em causa o acesso ao mercado de capitais e a transparência. A questão é se, face aos movimentos de resistência que tem enfrentado e às quedas na bolsa, esta taxa vai mesmo avançar ou não vai sair das intenções.
Jornalista