Opinião
O conselheiro de Trump que ainda segura os mercados
As ilusões dos mercados de que Trump seria um trunfo para as bolsas, dada a sua agenda económica, têm-se dissipado. E os mercados temem mesmo que no pior caso o principal conselheiro económico do Presidente se demita.
Na passada quinta-feira, o rumor de que Gary Cohn iria abandonar o cargo ganhou força. Isto depois de notícias indicarem que ficou "perturbado" por Trump não condenar de forma veemente e clara a violência de grupos de neonazis e supremacistas brancos em Charlottesville. O mercado ficou sob pressão. O S&P 500 perdeu mais de 1,5%, a segunda pior sessão do ano. A demissão seria depois desmentida. Mas lançou a dúvida sobre a permanência do antigo número 2 do Goldman Sachs na Casa Branca. Apesar de as promessas de Trump no campo económico parecerem cada vez mais fogo de vista, Cohn é visto pelos mercados como a "cola" que ainda as não deixou desabar. É ainda apontado como um forte candidato a suceder a Yellen na Fed. Há analistas a defender que se Cohn bater com a porta haverá um "choque" ou mesmo um "crash". Quem diria que a Casa Branca chegasse a um ponto a fazer lembrar as equipas de futebol com maus treinadores, plantéis instáveis e dependentes de apenas um jogador.
Jornalista