Opinião
Os 100 dias que, afinal, não mudaram o mundo
Na avaliação de Donald Trump, que este fim-de-semana celebrou os seus primeiros 100 dias na Casa Branca, não há meio-termo, ou se ama ou se detesta, pelas razões mais diversas.
José Pacheco Pereira entra nesta última categoria e na Sábado assina uma opinião demolidora. "O mundo ser governado por um adolescente aos saltos e aos tweets, que se passeia pelas suas propriedades de luxo gastando milhões de dólares em cada deslocação, que se gaba de encontrar os líderes dos outros países, como se tal fosse uma grande conquista pessoal, que muda de opinião todos os dias e que acha que pode fazer o que quiser sem consequências, não vai acabar bem."
"O problema é que Trump mudou agora e muitos dos seus críticos recusam reconhecer essa mudança. Ele não ficou mais brilhante ou mais humilde, mas ficou mais convencional. Muitos dos seus críticos ainda reagem a ele todos os dias como se fosse uma ameaça de nível 11, quando agora está no nível 3 ou 4", sustenta David Brooks .
Bárbara Reis, no Público, enumera as promessas não cumpridas por Trump e que isso seria caso para lhe dar "parabéns pela incompetência", mas de seguida avisa que o pior poderá estar para vir. "Não foi tão mau quanto temíamos. Mas sem 100 dias são apenas 100 dias. Em quatro anos é possível fazer muitos disparates. E erros brutais." Já Brooks é da opinião que a "ameaça Trump" se tornou menor por três razões: porque é menos substancial do que aparentava, porque o seu nível de competência baixou de catastrófico para meramente inadequado, e finalmente porque o próprio despediu a farda de único revolucionário do nosso tempo.
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