Opinião
O terrorismo e as eleições britânicas. De quem é a culpa?
As eleições britânicas estão à porta e muito se joga nelas. Até o destino político de Theresa May que parecia ir viver uma jornada triunfal e, aparentemente, poderá ter surpresas.
Os atentados de Londres trarão alguma mudança na opinião do eleitorado? E como se comportam os principais líderes políticos. Norman Tebbit, no Daily Telegraph, não tem dúvidas: "Depois da London Bridge, não devemos esquecer de que Jeremy Corbyn nos teria deixado ainda mais inseguros." Não deixa de ser curioso o que escreve Steve Hilton, que foi o director de estratégia de David Cameron, o anterior primeiro-ministro conservador: "Theresa May é a responsável pelas falhas de segurança na London Bridge, em Manchester e na Westminster Bridge. Deveria resignar e não procurar a reeleição." E isto porquê? Porque May foi a secretária do Interior e responsável pelos enormes cortes na polícia britânica.
No Guardian, Owen Jones escreve: "Já chega! Eram essas as frases inscritas nas bandeiras dos polícias quando marcharam contra os cortes na polícia impostos por Theresa May, que foi secretária do Interior durante seis dos últimos sete anos." Mais: "May diz que há demasiada tolerância para com o extremismo. Sim, primeira-ministra, tenhamos esta conversa. O que dizer do que se escreveu sobre a investigação do Governo sobre o financiamento estrangeiro e o apoio a grupos extremistas? Aparentemente o relatório foca-se no papel da ditadura da Arábia Saudita e deveria ter sido publicado há um ano. Porque não foi? Talvez porque embarace um regime vicioso armado até aos dentes pelo Governo britânico." Ora é aqui que mais uma vez as decisões políticas de muitos governos europeus e dos EUA (como se viu na recente venda de armas milionária pelos EUA a Riade) são pouco transparentes. E é nesse ponto que também as eleições britânicas se podem decidir.
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