
Algo que os próprios militares, pela boca do Chefe de Estado-maior do Exército, viram com desconforto. No Congresso, os deputados estiveram prestes a entrar em vias de facto. E procuram-se políticos que não estejam salpicados pela corrupção, para que seja possível renovar algo. Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo, escreve: "Injetaram em Temer o veneno que há um ano ele ajudou a injetar em Dilma." Já Luiz Ruffato, no El País/Brasil, argumenta: "Poeta medíocre, político desimportante, o Presidente não eleito, Michel Temer vem demonstrando que, além de tudo, não possui a mínima hombridade. Conspirou nos bastidores para derrubar a Presidente Dilma Rousseff, e, ocupando o cargo de forma ilegítima, promove autoritariamente o rápido desmantelamento de um rol de direitos trabalhistas e sociais conquistados ao longo de várias décadas. Agora, flagrado em uma situação que se configura como crime de responsabilidade, prefere manter o país agônico do que retirar-se de cena. (…) É urgente reivindicar eleições diretas já, único caminho possível para tentar salvar a nossa combalida democracia."
No Globo, Helena Chagas argumenta: "Não é normal manifestação de 35 mil pessoas em Brasília, nem que o vandalismo transforme a Esplanada dos Ministérios em praça de guerra e muito menos que o Presidente da República tire do bolso, numa rapidez impressionante, um decreto de garantia da lei e da ordem pelas Forças Armadas. (…) Além da entrada desse inesperado e inquietante personagem, o militar, o capítulo desta quarta teve o estilo 'walking dead'. (…) O Brasil não merece mais uma semana como essa que passou. Normalidade já!" Temer parece estar por um fio.