Já agora, Hillary Clinton regressou para dizer que perdeu as eleições porque houve uma "conspiração", nas últimas semanas da campanha presidencial, da Wikileaks, da Rússia e do director do FBI, James Comey. "Estava a caminho da vitória até que a carta de Jim Comey de 28 de Outubro e o Wikileaks russo criaram dúvidas na cabeça das pessoas que se inclinavam a meu favor e que acabaram por ter medo", disse. Acrescentou: "Se a eleição tivesse sido a 27 de Outubro tinha sido eleita." Para Hillary, Putin odiava-a.

Seja como for, é agora Trump que é Presidente. No Washington Post, David Ignatius escreve: "Esta é uma declaração chocante: O Presidente Trump tem razão quando diz que o mundo está muito perigoso e que deveremos ter conversas de paz com Xi Jinping, Kim Jong-un, Vladimir Putin e qualquer outro autocrata que esteja a causar problemas. (…) Lisonja e falinhas mansas são partes eternas dos instrumentos básicos da diplomacia (perguntem a Henry Kissinger). Mas raramente foram utilizadas tão extravagantemente como pelo palavroso Trump. Depois de várias horas com Xi Jinping este foi referido como 'um muito bom homem'. Mais tarde, a máquina de bolhas virou-se para Kim Jong-un, descrito por Trump como 'um rapaz bastante esperto' que sabe manter o poder." Resta dizer que Trump se gosta de comparar a Andrew Jackson, como refere Zach Schonfeld na Newsweek: "Porque é que Trump gosta de se comparar com Jackson? Talvez porque muitos dos seus aliados gostam de o posicionar como sucessor de Jackson, para realçar as suas credenciais populistas. 'Como o populismo de Jackson vamos construir um novo movimento político', dizia Stephen Bannon pouco depois da vitória de Trump." Será isso que o move?