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A oportunidade perdida e a "putinização" de Erdogan

A Turquia é um dos dossiês mais complexos que a Europa tem para resolver nos dias que correm e é também uma dos rastilhos que faz arder os fogos populistas.

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Tilo Wagner, jornalista da Deutschland Radio, dá conta deste braço-de-ferro no Diário de Notícias. "O recente conflito entre alguns países europeus e a Turquia parece uma ronda avançada de um combate de pesos-pesados em que os lutadores já não sabem bem como defender nem como atacar sem violar as regras gerais."

O facto é que se chegou aqui, com Erdogan a chamar nazi à Alemanha e fascista à Holanda por estes países recusarem que ministros turcos participassem em acções políticas de apoio à revisão da Constituição que dará mais poderes ao Presidente turco.

Asli Erdogan, escritora e jornalista turca, que esteve presa pelo regime e foi agora libertada, diz em entrevista à Visão que a história de Erdogan poderia ter sido outra. "Se a Turquia tivesse sido aceite na União Europeia as coisas não teriam chegado a este ponto. Foi uma oportunidade que agora está perdida."

E se a revisão constitucional for aprovada, o futuro poderá ser ainda mais sombrio. "A nova Constituição será muito estrita, totalitária. Haverá uma monopolização ainda maior do poder. O resultado pode ser muito perigoso para a Turquia", afirma Asli Erdogan.

No El País, Nicolas Bavarez não tem dúvidas. "A nova Constituição não abolirá apenas a democracia, mas também os princípios basilares a partir dos quais Mustafá Kemal refundou em 1923 a Turquia moderna." Para Bavarez, o facto é que Erdogan se está a "putinizar".

"Demagogos" como Erdogan "brincam ao gato e ao rato com os princípios fundamentais do nosso continente, só porque continuamos a acreditar que ser português, alemão ou turco é mais importante do que ser um bom cidadão", sublinha Tilo Wagner.


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