Opinião
Um dia alguém lincha alguém
Um homem dispara cinco tiros contra outro com quem tem desavenças negociais dentro de uma esquadra de polícia. Usando uma arma proibida. Dois desses tiros atingem a vítima na cabeça. No dia seguinte um juiz de instrução criminal manda o atirador aguardar o julgamento em casa.
Confesso que de lei penal percebo pouco. Para não dizer nada (é mau sinal a "Justiça" ser assunto recorrente numa coluna pensada para falar sobre economia e negócios). Mas é difícil, a qualquer observador da realidade social, não somar dois e dois. Isto é, não pensar que deve haver uma ligação qualquer entre o que se passou no Tribunal de Instrução Criminal de Portimão (e noutros) com o actual momento político. Nomeadamente as desavenças entre a magistratura e o Governo, no que respeita às opções que nos últimos meses foram tomadas em matéria de legislação penal (particularmente na prisão preventiva).
Há sectores onde jogar "tug of war" entre corporações e Governo tem pouco impacto. A Justiça não é um deles. É por isso que os intervenientes neste "jogo" (de muito mau gosto) têm urgentemente que parar e... PENSAR. Porque o recado que saiu de Portimão é gravíssimo. Para os criminosos, que ficam a saber que a mão da Justiça é mesmo branda (mesmo nos crimes graves). E para os cidadãos, que fartos desta situação ainda tomam a Justiça nas próprias mãos. Afinal que tipo de sociedade andamos a construir?
Há sectores onde jogar "tug of war" entre corporações e Governo tem pouco impacto. A Justiça não é um deles. É por isso que os intervenientes neste "jogo" (de muito mau gosto) têm urgentemente que parar e... PENSAR. Porque o recado que saiu de Portimão é gravíssimo. Para os criminosos, que ficam a saber que a mão da Justiça é mesmo branda (mesmo nos crimes graves). E para os cidadãos, que fartos desta situação ainda tomam a Justiça nas próprias mãos. Afinal que tipo de sociedade andamos a construir?
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