Passaram dois anos. E os amigos continuam a aparecer. Na mais recente remodelação, não foi a escolha de Rui Machete que me fez "saltar a tampa" (para usar a expressão que Helena Sacadura Cabral, mãe de Paulo Portas utilizou para descrever a demissão do seu filho). A minha perplexidade chama-se Agostinho Branquinho que substituiu na pasta da solidariedade e segurança social Marco António Costa. Ambos da família política do PSD e por muito competentes que sejam a ligação política fala mais alto. Porque é a pasta da segurança social tão politizada? 

Será por este titular assinar os despachos das ajudas às IPSS (instituições de solidariedade social) em todo o país? O que pode significar uma grande ajuda em ano de eleições autárquicas?

Ficam as perguntas em jeito de resposta, tal como aquela que Agostinho Branquinho fez no parlamento em inquirição ao director do Económico: "O que é a Ongoing?". Pouco tempo depois estava a trabalhar para esta empresa. Fica também aqui a pergunta. O que é a secretaria de Estado da solidariedade e da segurança social?

A remodelação do Governo já foi há duas semanas. Já pouca gente, até, se lembrará da tomada de posse do vice-primeiro-ministro e, de seguida, da dos secretários de estado, cerimónias em que vimos um Paulo Portas sorridente, diria mesmo efusivamente sorridente. E aqui começa a minha segunda grande perplexidade (não, não vou falar de Luís Campos Ferreira na secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros que, com certeza, não foi levado para esse cargo por ser do PSD!).

Na tomada de posse dos secretários de Estado ficou na acta a nomeação de Vânia Dias da Silva. Já estava no gabinete de Paulo Portas, vinda do CDS. O motivo da perplexidade? Vânia Dias da Silva foi nomeada subsecretária de Estado adjunta do vice-primeiro-ministro. Demora a decorar o cargo, mas demora ainda mais a perceber o que esta gente faz....

*Jornalista

Visto por dentro é um espaço de opinião de jornalistas do Negócios