Opinião
Quando o rabo fica à mostra
Depois da queda do muro de Berlim, a revista "The Economist" perguntava: "Will a richer Russia be a cuddly Russia?". Foram precisos 18 anos para perceber que não. Apesar de destroçada economicamente, na transição do capitalismo para o comunismo, a Rússia manteve a ambição de potência imperial. Ambição política (como se vê no Cáucaso e como se vira já na Chechénia)... e económica (como se vê na energia).
A União Europeia, que preferiu ignorar este expansionismo, começa agora a pagar a factura. Vejamos: Nicolas Sarkozy convocou uma cimeira extraordinária da União para debater o Cáucaso. Qual a probabilidade de, dali, sair algo de útil? Julgue o leitor... mas não sem antes olhar para os números do gás e petróleo que a União importa da Rússia: Eslováquia (100%), Hungria (98%), Letónia (97%), Polónia – a tal que quer aceitar mísseis Patriot no seu território – (95%), Finlândia (81%), República checa (70%)... Até a Alemanha e a Suécia, os países mais críticos dos russos, dependem, em 35%, do seu petróleo. Portugal, com 1%, e Dinamarca e Irlanda (0%) são as excepções. No gás natural, o cenário é igualmente desencorajador: 25% do gás consumido pela União vem da Rússia.
Com este cenário está-se mesmo a ver qual vai ser o resultado da cimeira. É como diz o povo: "Quando mais a gente se baixa, mais se vê a roupa interior". Pode ser que a União aprenda alguma coisa com esta crise.
Com este cenário está-se mesmo a ver qual vai ser o resultado da cimeira. É como diz o povo: "Quando mais a gente se baixa, mais se vê a roupa interior". Pode ser que a União aprenda alguma coisa com esta crise.
Mais artigos de Opinião
Os complexos de esquerda na saúde
13.01.2025
Como confundir os eleitores
12.01.2025
Descongelar propinas? Sem dúvida!
09.01.2025
As empresas devem fazer "leis"?
08.01.2025
O BCE está atrasado?
06.01.2025