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Prevenir bebedeiras

Um ex-governador do Fed dizia que subir juros é como tirar o jarro do vinho, numa festa, para se evitar bebedeiras. O BCE confirmou-o ontem. Há razões para o criticar porque a recuperação na Europa ainda não está segura?

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Talvez. Mas também há razões para o apoiar: os estudos sugerem que os juros só têm impacto na economia 12 a 18 meses depois das mexidas. E daqui a 18 meses... Não é missão primeira dos bancos centrais preocuparem-se com o crescimento e o seu impacto no emprego. Isso compete aos governos. O focus dos bancos centrais é a estabilidade de preços. Há quem diga que este objectivo está obsoleto porque a Europa não voltou a ter a hiperinflação alemã do final da II Guerra. Não está. Se a inflação passasse dos actuais 2,5% para 5% (nada impossível, numa conjuntura como a actual) as taxas Euribor saltariam para 7%. Ou mais. É fácil perceber o impacto nas prestações dos empréstimos que oneram mais de 50% da população portuguesa. Era «falência» certa.  
P.S. – Criticar Freitas por não ter condenado, no comunicado do MNE, a violência gerada pelas caricaturas de Maomé é uma coisa. Acusá-lo de ter «vergonha de ser ocidental e de viver em democracia» é uma carroceirada. Não consta que Telmo Correia tenha aguentado o cerco ao Palácio de Cristal em 1975...
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