Opinião
23 de Novembro de 2017 às 10:50
Preparar os jovens para os empregos do futuro
Sendo a celebração dos 20 anos do Negócios, procurei refletir sobre ideias com impactos mais a longo prazo no país, porventura daqui a 20 anos. Uma destas seria eliminar a necessidade de os alunos do ensino secundário escolherem áreas de estudo, criando um currículo integrado, flexível e experiencial.
Sabemos que a maioria dos empregos que os jovens de hoje virão a desempenhar no futuro ainda não existem. Sendo evidente que o digital será uma dimensão crítica dessa realidade, apenas podemos tentar imaginar qual será a combinação de competências adequada a essas realidades por definir. Limpar e organizar bases de dados será porventura uma versão moderna dos trabalhos de inserção de dados de outrora; e a composição e encenação de realidades virtuais poderá corresponder ao que entendemos agora como produção audiovisual. A gestão de recursos humanos terá tanto de inteligência emocional, como de análise de sentimento nas comunicações dentro da rede social da empresa; e será banal a decisão médica baseada em algoritmos, tal como a composição algorítmica de poesia.
Em todas estas ideias, é fácil de compreender que ciência, literatura, arte e gestão interagem de formas novas e singulares. Nesse sentido é absolutamente crítico não limitar o espaço de aprendizagem e experimentação dos jovens ao longo do seu percurso escolar, especialmente ao nível pré-universitário. É necessário proporcionar-lhes uma formação abrangente e flexível, que os envolva em conceitos, ferramentas e descobertas nas várias áreas do saber, expandindo e não reduzindo o seu leque de conhecimentos.
Simultaneamente, neste mundo em forte mudança, pessoas e organizações terão que experimentar, inovar e empreender para descobrir novos caminhos. Assim, uma nova abordagem ao ensino tem que incluir uma dimensão experiencial. O que hoje já é feito numa disciplina de design, como sejam a análise de clientes reais e a realização de protótipos, tem que estar presente nas várias áreas, seja programar robots em aulas de matemática, ou a lançar para o mercado micro-empresas em aulas de gestão.
Só assim estaremos a preparar os nossos jovens para terem sucesso num futuro que ainda não conhecemos!
No âmbito do 20º aniversário do Negócios, pedimos um artigo a várias personalidades sobre ideias para o futuro de Portugal.
Em todas estas ideias, é fácil de compreender que ciência, literatura, arte e gestão interagem de formas novas e singulares. Nesse sentido é absolutamente crítico não limitar o espaço de aprendizagem e experimentação dos jovens ao longo do seu percurso escolar, especialmente ao nível pré-universitário. É necessário proporcionar-lhes uma formação abrangente e flexível, que os envolva em conceitos, ferramentas e descobertas nas várias áreas do saber, expandindo e não reduzindo o seu leque de conhecimentos.
Só assim estaremos a preparar os nossos jovens para terem sucesso num futuro que ainda não conhecemos!
No âmbito do 20º aniversário do Negócios, pedimos um artigo a várias personalidades sobre ideias para o futuro de Portugal.
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