Opinião
06 de Março de 2017 às 11:28
Porque faz sentido uma abordagem de ativos múltiplos numa estratégia de rendimento
Poderemos ter entrado numa nova era de normalização das taxas, mas o rendimento continua a ser um fator crucial para os investidores em todo o mundo e continuará a constituir um componente importante do retorno total de muitas carteiras.
Uma abordagem flexível e com recurso a ativos múltiplos da parte de quem investe em rendimento poderá ajudar a controlar os riscos associados ao prazo, crédito e longevidade, tão frequentes neste tipo de investimento, permitindo obter uma melhor rentabilidade, adequada ao risco.
Será o fim da globalização?
O comércio internacional já não apresenta uma taxa de crescimento superior ao PIB global, mas o mundo está mais interligado do que nunca nesta era digital. As preocupações dos investidores com a globalização estão associadas aos recentes acontecimentos a nível político, pois vemos políticos a ganharem o apoio de eleitores marginalizados pela globalização e pela automatização. As políticas de Donald Trump sobre comércio e globalização comportam certos riscos, mas estamos em crer que acabarão por ser positivas para os investidores.
Uma abordagem dinâmica de ativos múltiplos poderá ajudar os investidores de rendimento a superar períodos de incerteza contribuindo para a manutenção de uma rentabilidade consistente dentro de um perfil de risco equilibrado. Nos últimos 12 meses, temos tido pouca preponderância de ativos como os mercados emergentes e a dívida dos mercados emergentes, que historicamente beneficiaram com a globalização, pois poderão ter de enfrentar eventuais adversidades.
O impacto do aumento das taxas sobre os ativos remunerados
Mantêm-se os fatores que afetam negativamente as taxas de rentabilidade (fora da atividade do banco central): baixa produtividade, fraquíssimo crescimento da população ativa e condições demográficas. Apesar de não esperarmos nenhum aumento significativo da rentabilidade a curto ou médio prazo, as taxas terão tendência a subir ligeiramente devido à situação política dos EUA e aos sinais de inflação a nível global.
A subida das taxas poderá oferecer várias oportunidades aos investidores de rendimento que tiverem uma abordagem dinâmica e recorrerem a ativos múltiplos. No passado, as ações só começaram a sofrer com o aumento das taxas de juro quando as taxas de juro a curto prazo tiveram um aumento significativo em relação aos níveis atuais. A melhoria das perspetivas de crescimento deverá estimular os lucros das empresas e os mercados de ações. Numa conjuntura como esta, as ações de boa qualidade e que geram dividendos parecem atrativas. Aumentámos significativamente a nossa exposição ao setor financeiro, que parece estar bem avaliado e que poderá estar prestes a apresentar um bom desempenho, caso se verifique um aumento das taxas, dado que os bancos irão beneficiar de uma curva de rentabilidade mais acentuada.
Enquanto isso, parece que as obrigações norte-americanas de elevada rentabilidade continuam atraentes, já que o crescimento dos EUA deverá melhorar em relação aos níveis tendenciais, devido à reforma tributária, à diminuição da regulamentação e das despesas orçamentais que estão previstas. Esperamos que a maioria dos emissores de obrigações de elevada rentabilidade consiga manter os fundamentos a níveis razoáveis, pois o crescimento dos lucros entrou em terreno positivo. O investimento oportunista em crédito alternativo, como as hipotecas emitidas por entidades privadas e as ações preferenciais, parecem atraentes, por serem comercializadas com prazos mínimos e terem uma rentabilidade interessante.
Trump e o comércio global reflacionário
Em 2016, as surpresas a nível do espetro político nos EUA e na Europa deram aos governos um mandato claro para reflacionar as suas economias e fazer face à desigualdade. Os investidores estão agora à espera de um estímulo fiscal significativo e de um contínuo afastamento da dependência da política monetária para estimular o crescimento económico e a inflação.
A aceleração do crescimento e a entrada em reflação corroboram o nosso otimismo no que diz respeito à correlação entre ações e obrigações. Mantemos a nossa confiança nas ações norte-americanas e estamos em crer que a melhoria da conjuntura económica a nível global irá criar um cenário favorável para as ações de outras regiões.
É provável que a correlação entre os retornos das ações e das obrigações venha a ser menos negativa à medida que o crescimento nominal for acelerando e os bancos centrais forem reagindo à mudança. Esperamos que, na sequência das políticas aplicadas, as correlações entre ações e obrigações tendam a apresentar valores crescentes em terreno positivo, exercendo um efeito amortecedor ligeiramente menos eficaz para carteiras.
A nossa política de investimento em categorias de ativos, regiões e estrutura de capital permite-nos procurar fontes de rendimento atraentes e de confiança, mantendo a diversificação do risco.
Risco político e impacto em estratégias de ativos múltiplos
Os riscos políticos continuam a ser o centro das atenções em 2017, ano em que vão ocorrer eleições importantes na Europa. Enquanto isso, nos EUA, há incertezas constantes sobre as implicações da política da Casa Branca.
Este artigo foi redigido ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.
Será o fim da globalização?
O comércio internacional já não apresenta uma taxa de crescimento superior ao PIB global, mas o mundo está mais interligado do que nunca nesta era digital. As preocupações dos investidores com a globalização estão associadas aos recentes acontecimentos a nível político, pois vemos políticos a ganharem o apoio de eleitores marginalizados pela globalização e pela automatização. As políticas de Donald Trump sobre comércio e globalização comportam certos riscos, mas estamos em crer que acabarão por ser positivas para os investidores.
O impacto do aumento das taxas sobre os ativos remunerados
Mantêm-se os fatores que afetam negativamente as taxas de rentabilidade (fora da atividade do banco central): baixa produtividade, fraquíssimo crescimento da população ativa e condições demográficas. Apesar de não esperarmos nenhum aumento significativo da rentabilidade a curto ou médio prazo, as taxas terão tendência a subir ligeiramente devido à situação política dos EUA e aos sinais de inflação a nível global.
A subida das taxas poderá oferecer várias oportunidades aos investidores de rendimento que tiverem uma abordagem dinâmica e recorrerem a ativos múltiplos. No passado, as ações só começaram a sofrer com o aumento das taxas de juro quando as taxas de juro a curto prazo tiveram um aumento significativo em relação aos níveis atuais. A melhoria das perspetivas de crescimento deverá estimular os lucros das empresas e os mercados de ações. Numa conjuntura como esta, as ações de boa qualidade e que geram dividendos parecem atrativas. Aumentámos significativamente a nossa exposição ao setor financeiro, que parece estar bem avaliado e que poderá estar prestes a apresentar um bom desempenho, caso se verifique um aumento das taxas, dado que os bancos irão beneficiar de uma curva de rentabilidade mais acentuada.
Enquanto isso, parece que as obrigações norte-americanas de elevada rentabilidade continuam atraentes, já que o crescimento dos EUA deverá melhorar em relação aos níveis tendenciais, devido à reforma tributária, à diminuição da regulamentação e das despesas orçamentais que estão previstas. Esperamos que a maioria dos emissores de obrigações de elevada rentabilidade consiga manter os fundamentos a níveis razoáveis, pois o crescimento dos lucros entrou em terreno positivo. O investimento oportunista em crédito alternativo, como as hipotecas emitidas por entidades privadas e as ações preferenciais, parecem atraentes, por serem comercializadas com prazos mínimos e terem uma rentabilidade interessante.
Trump e o comércio global reflacionário
Em 2016, as surpresas a nível do espetro político nos EUA e na Europa deram aos governos um mandato claro para reflacionar as suas economias e fazer face à desigualdade. Os investidores estão agora à espera de um estímulo fiscal significativo e de um contínuo afastamento da dependência da política monetária para estimular o crescimento económico e a inflação.
A aceleração do crescimento e a entrada em reflação corroboram o nosso otimismo no que diz respeito à correlação entre ações e obrigações. Mantemos a nossa confiança nas ações norte-americanas e estamos em crer que a melhoria da conjuntura económica a nível global irá criar um cenário favorável para as ações de outras regiões.
É provável que a correlação entre os retornos das ações e das obrigações venha a ser menos negativa à medida que o crescimento nominal for acelerando e os bancos centrais forem reagindo à mudança. Esperamos que, na sequência das políticas aplicadas, as correlações entre ações e obrigações tendam a apresentar valores crescentes em terreno positivo, exercendo um efeito amortecedor ligeiramente menos eficaz para carteiras.
A nossa política de investimento em categorias de ativos, regiões e estrutura de capital permite-nos procurar fontes de rendimento atraentes e de confiança, mantendo a diversificação do risco.
Risco político e impacto em estratégias de ativos múltiplos
Os riscos políticos continuam a ser o centro das atenções em 2017, ano em que vão ocorrer eleições importantes na Europa. Enquanto isso, nos EUA, há incertezas constantes sobre as implicações da política da Casa Branca.
Este artigo foi redigido ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.
Mais artigos de Opinião
O BCE "estica" a sua política monetária
27.10.2017
Como vão os mercados reagir?
06.10.2017
Avizinham-se tempos de incerteza
27.12.2016