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Os Mamedes e a gestão olímpica

Uma diz que foi da arbitragem. Outra dos grandes ambientes (onde falha sempre). Outro que ficou bloqueado ao ver o estádio cheio. Outro disse que, de manhã (a hora da prova), "só na caminha".

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Uma diz que foi da arbitragem. Outra dos grandes ambientes (onde falha sempre). Outro que ficou bloqueado ao ver o estádio cheio. Outro disse que, de manhã (a hora da prova), "só na caminha".

Se no desporto há sempre imponderáveis, em alta competição ainda pior: um pequeno pormenor pode fazer a diferença entre a glória ou a humilhação. Mas os imponderáveis também se evitam, ou minimizam. Só que para isso é preciso pensar para além da "técnica", actuando sobre a "cabeça" dos atletas.

O presidente do Comité Olímpico diz que o COP prepara "os atletas desportivamente, não culturalmente. A educação não é connosco". Bingo…! Percebe-se agora por que as coisas nos estão a correr mal em Pequim.

O modelo de gestão dos "olímpicos" está errado: na organização e na mentalidade. De que serve ter os mínimos se o treinador sabe que o atleta não se vai aguentar nas canetas, na hora H? Quem vai a estas competições tem de ser capaz de comer a relva (perdão, o tartan) e bater-se pelas medalhas. Assumindo a responsabilidade dos falhanços, em vez de sacudir a água do capote (obrigado Obikwelu!).

Já lá vão 24 anos desde que Fernando Mamede deprimia o país com as suas tremedeiras. Infelizmente parece que os outros exemplos (Carlos Lopes, que antes da maratona de Los Angeles jurou a Moniz Pereira que ia ganhar, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Vanessa Fernandes…) não servem para nada?

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