Opinião
Os deuses estão loucos
O homem passou a ser refém das finanças e esta deixou de ser um instrumento ao serviço dos cidadãos.
Um dos personagens de "O Crepúsculo dos Deuses", a notável ópera de Richard Wagner, proclamava a determinado momento: "a moral individual morreu". O Governo português, fruto de vagas influências sociais-democratas e democratas-cristãs, confirmou o facto porque toda a sua acção se situa em dogmas económicos que só impõem responsabilidades sociais. O homem passou a ser refém das finanças e esta deixou de ser um instrumento ao serviço dos cidadãos.
É também esta questão moral e ética que destruiu este Governo que se vai manter porque a troika deseja-o e não parece vislumbrar-se uma alternativa plausível a ele. Que restaria a este Governo? Manter-se no poder sem prometer uma esplendorosa distribuição de fundos ou de empregos e funcionar como o pastor trata as ovelhas: manter os novos pobres no redil para ver se eles não se tresmalhavam. Mas o Governo conseguiu com a sua irreal proposta da TSU parar o que restava da economia, que psicologicamente já estava deprimida. O Governo quer destruir o que resta do consumo. E só já lhe falta criar um imposto sobre o oxigénio e sobre a frequência das praias. Espera-se que António Borges já esteja a trabalhar na medida.
Portugal dissolve-se. E não é só por razões económicas e financeiras. É porque o Governo dá um dúbio sinal moral ao país. E é incapaz de acenar com qualquer esperança. Ao contrário do que balbuciou Passos Coelho no Parlamento o Governo está cego e surdo perante o que diz o país. E teima nas suas medidas que todos percebem que atiram o país para uma pobreza sem fim. O Governo quer provar que os deuses estão loucos. Mas, neste caso, a loucura é sua.
É também esta questão moral e ética que destruiu este Governo que se vai manter porque a troika deseja-o e não parece vislumbrar-se uma alternativa plausível a ele. Que restaria a este Governo? Manter-se no poder sem prometer uma esplendorosa distribuição de fundos ou de empregos e funcionar como o pastor trata as ovelhas: manter os novos pobres no redil para ver se eles não se tresmalhavam. Mas o Governo conseguiu com a sua irreal proposta da TSU parar o que restava da economia, que psicologicamente já estava deprimida. O Governo quer destruir o que resta do consumo. E só já lhe falta criar um imposto sobre o oxigénio e sobre a frequência das praias. Espera-se que António Borges já esteja a trabalhar na medida.
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