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12 de Dezembro de 2005 às 13:59

Os candidatos e os partidos

Numa coisa os dois principais candidatos a Belém, Cavaco e Soares, estão de acordo: o país pode estar frio, mas ambos rejeitam os quentes cachecóis dos partidos políticos. Cavaco diz-se acima dos partidos e tenta evitar colagens do PSD. Soares diz que não

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Soares e Cavaco esperam ser eleitos não porque tenham ideias muito definidas sobre a política interna e externa, ou porque são mais à direita ou mais à esquerda, mas sim porque podem ser os garantes do consenso. Essa vaga ideia que geralmente une o fervor dos portugueses e que dá, ao centro, a vitória ou ao PS ou ao PSD. Da mesma forma que Sócrates foi eleito porque representava a frescura num jardim seco de faces. Como se sabe umas eleições presidenciais não são um «remake» do célebre filme «Charlie e a Fábrica de Chocolate». Os candidatos podem prometer doces, mas todos sabemos que Portugal não é neste momento uma fábrica de chocolates. É, quanto muito, uma carrinha de algodão doce, promovida pelo Governo com a buzina a anunciar o TGV e a Ota. Os partidos são, para Cavaco e Soares, nódoas que lhes estragam o fato independente. Têm de viver com eles. Sabem que podem sobreviver apesar deles.
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