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O passado e o futuro

Muitas décadas prometeram a Portugal uma mão cheia de coisas. Recebemos outra mão cheia de nada. Basta olhar para a sociedade que nos cerca. É isso que a classe política continua a não entender.

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Os discursos que escutámos nos últimos dias são uma câmara de eco. O ruído absorve o conteúdo necessário. Falou-se muito do passado. Esqueceu-se o presente. Evitou-se, diplomaticamente, o futuro. Não se quer dizer, com isto, que a memória deva ser riscada. Um dos problemas de Portugal é exactamente não utilizar as lições do passado. Para não continuar a tropeçar sistematicamente nos mesmos erros.

O passado em Portugal surge sempre como glória. Nunca como lição. Este país criou uma cultura de adolescência. Queremos ser, mas nunca somos. Passamos directamente da idade da inocência para a da reforma.

Quanto ao resto vivemos num baloiço que se chama cultura de consumo. E quando esta sucumbe à adolescência é porque estamos num país que não sabe utilizar as suas memórias. Portugal é hoje um país sem memória e em depressão profunda sobre o seu presente. E os discursos do 25 de Abril não propunham futuro. Eram de uma cultura de pipocas. O vestido «Maria Papoila» de Bárbara Guimarães explicava tudo.

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