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21 de Dezembro de 2009 às 12:00

O grande disciplinador

J. Edgar Hoover, o chefe do FBI, transformou o gangster John Dillinger no seu inimigo público nº1. Mais modestamente, Noronha do Nascimento, o presidente do STJ, transformou os jornalistas no inimigo nº1 do nosso país. As situações são comparáveis, como se...

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J. Edgar Hoover, o chefe do FBI, transformou o gangster John Dillinger no seu inimigo público nº1. Mais modestamente, Noronha do Nascimento, o presidente do STJ, transformou os jornalistas no inimigo nº1 do nosso país. As situações são comparáveis, como se imagina. Se não fosse o jornalismo, Portugal era um sítio isento de corrupção, de crimes violento e de abusos sexuais. Sem o jornalismo, Portugal seria o País das Maravilhas de Alice. Noronha do Nascimento não se preocupa com o estado lastimoso a que chegou a justiça em Portugal, mas com assombrações. É sempre mais fácil arranjar inimigos do que resolver os problemas. A justiça não funciona, mas o que é importante é criar mais um tribunal, desta vez para julgar os jornalistas. Noronha do Nascimento não pretende investigação e julgamentos sérios: deseja o silêncio. E é a isso que ele chama justiça. A erupção vulcânica de Noronha do Nascimento serve para meter medo, mas as réplicas há muito que já se sentiam: com a comissão da carteira, com a ERC, com o fim da Caixa dos Jornalistas. PS e PSD são os verdadeiros criadores da elegância oratória de Noronha do Nascimento. Afinal o que é "a estrutura política do Estado"? Noronha do Nascimento faz lembrar o polícia das obras do escritor Amin Maalouf. É a correia de transmissão do poder. O presidente do STJ quer ser o disciplinador da comunicação social. Para ele o problema do País não está nos corruptores nem na corrupção, mas sim nos que, eventualmente, divulgam a sua existência. A balança da justiça desequilibrou-se de vez.
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