Opinião
O futebol, a Europa e o futebol
No próximo fim-de-semana os líderes políticos europeus comemoram os 50 anos da Comunidade Económica Europeia. É capaz de não haver um bolo com velas para soprar, sem sequer um exército comum que desfile defronte dos representantes dos 27 estados membros d
É duvidoso que as transmissões televisivas do evento tenham recordes de audiência televisiva. A maioria dos europeus, por certo, estará pouco mobilizada para comemorar o evento que mudou o curso da história do Velho Continente. Pelo contrário, poucos dias depois, muitos mais milhões de europeus vão estar de olhos fixos no pequeno televisor para assistirem aos jogos de apuramento para o Euro’2008. Ao contrário da política, os europeus redimem as suas dúvidas com o futebol. A UE gera indiferença, o futebol é o Prozac dos europeus. A televisão tornou-se o divã dos europeus e o futebol o seu profeta. Este desporto faz mais pela unificação europeia, eliminando as divergências políticas e criando uma língua comum que todos entendem, do que qualquer Constituição. Mais, o futebol europeu, com os seus craques, e o espectáculo que funciona como um diamante brilhante, conquistou quase tantas mulheres como homens como espectadores de divã. Hoje chineses, japoneses, indianos ou mesmo americanos tornaram-se fãs do futebol. Em Portugal o futebol é senhor da televisão. O país bebe futebol e sorve golos. Não é por acaso que o sr. Valentim Loureiro gostaria de ser julgado no pequeno ecrã. E que as televisões fazem vénias depois dos amuos dos principais dirigentes desportivos. Ou que um treino do Benfica, do Sporting ou do FC Porto tem mais tempo de antena num telejornal do que uma declaração política sobre a Ota. O que é mais importante? Uma opinião sobre o Orçamento ou o problema do joelho do sr. Luisão? Alguém tem dúvidas sobre o que é importante para os europeus?
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