Opinião
O acne europeu
A Europa pediu uma moratória para pagar a sua crise económica, política e moral. A Grécia poderia ser o acne de crescimento da Europa. Mas tornou-se nas rugas de quem não sabe envelhecer.
A Europa pediu uma moratória para pagar a sua crise económica, política e moral. A Grécia poderia ser o acne de crescimento da Europa. Mas tornou-se nas rugas de quem não sabe envelhecer.
O enredo fatal grego, que mostra porque é que o berço da democracia é também o palco do drama, não é fruto do destino. É a herança de uma forma de governar a Europa, não em nome do povo, mas dos interesses de um círculo cúmplice de poderosos que tem gerido os países como se fossem coutadas privadas.
O chamado Estado social apenas serviu para encobrir a distribuição de rendas vitalícias a uma corte de amigos e lacaios. Este modelo não tinha futuro. A crise das dívidas soberanas enterrou este equilíbrio democrático de fantasia onde havia opiniões diferentes mas interesses comuns.
As borbulhas rebentaram e não é bonito ver o resultado da sociedade em convulsão. A mágoa transforma-se em munição. Mas parece que há quem não esteja a perceber que está a abrir-se a porta para o regresso dos hunos e de um qualquer Gengis Khan.
Na Grécia as famílias políticas que pilharam o país não querem abdicar dos seus interesses. Em Portugal, quando se olha para a triste herança do BPN ou para os financiamentos da CGD, não para o investimento mas para a ociosidade financeira, percebe-se que há um tempo político que merece chegar ao fim.
Como diria Eça de Queiroz, esta classe política que olha para as imagens da praça Sintagma através da televisão tem do progresso a noção que ele corresponde a cadeiras mais cómodas para se sentar. A bolha rebentou na Grécia. Começa a estar madura para rebentar em Portugal.
O enredo fatal grego, que mostra porque é que o berço da democracia é também o palco do drama, não é fruto do destino. É a herança de uma forma de governar a Europa, não em nome do povo, mas dos interesses de um círculo cúmplice de poderosos que tem gerido os países como se fossem coutadas privadas.
As borbulhas rebentaram e não é bonito ver o resultado da sociedade em convulsão. A mágoa transforma-se em munição. Mas parece que há quem não esteja a perceber que está a abrir-se a porta para o regresso dos hunos e de um qualquer Gengis Khan.
Na Grécia as famílias políticas que pilharam o país não querem abdicar dos seus interesses. Em Portugal, quando se olha para a triste herança do BPN ou para os financiamentos da CGD, não para o investimento mas para a ociosidade financeira, percebe-se que há um tempo político que merece chegar ao fim.
Como diria Eça de Queiroz, esta classe política que olha para as imagens da praça Sintagma através da televisão tem do progresso a noção que ele corresponde a cadeiras mais cómodas para se sentar. A bolha rebentou na Grécia. Começa a estar madura para rebentar em Portugal.
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