Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Opinião
22 de Dezembro de 2009 às 12:11

O álibi

Cavaco Silva tornou-se o álibi perfeito para o PS. Não é uma táctica nova. É um sabor que vem de longe. Há muitos anos, o filósofo austríaco Karl Kraus confirmava isso: "Da forma como o mundo é governado, como é que as guerras começam? Os diplomatas dizem...

  • ...
Cavaco Silva tornou-se o álibi perfeito para o PS. Não é uma táctica nova. É um sabor que vem de longe. Há muitos anos, o filósofo austríaco Karl Kraus confirmava isso: "Da forma como o mundo é governado, como é que as guerras começam? Os diplomatas dizem mentiras aos jornalistas, e depois acreditam no que lêem". Substitua-se mentiras por intriga e temos o argumento do teatro político a que assistimos no País. Sérgio Sousa Pinto, o mais crédulo dos parlamentares socialistas, já mostrou em que é que acredita. Claro que o PS, até agora, tem
uma estratégia clara relativamente a Belém: nos dias pares quer que Cavaco esteja calado, nos dias ímpares quer que fale. Tudo em nome da governabilidade, é claro, como explicaram em momentos diferentes António Vitorino e o ex-jovem fracturante Sousa Pinto. Sabemos que é difícil governar em minoria quando se está habituado a mandar em maioria. Admitamos mesmo que José Sócrates e o PS estão cansados de governar. E que, resolvidos os problemas fracturantes do País, já não têm força para tratar de assuntos menores como a situação da economia ou o combate ao desemprego. O PS procura assim ser um Hercule Poirot requintado: busca quem lhe serve de melhor álibi para não surgir como culpado perante o eleitorado. Esta é a nova política Forrest Gump do PS. O grau de intriga existente parece já ter um único fim em vista. O PS quer saltar borda fora do navio a afundar-se, mas não quer ficar como capitão. Porque assim só sairia no fim. Quer sair com os que normalmente debandam primeiro do barco.
Ver comentários
Mais artigos do Autor
Ver mais
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio