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Fernando Braga de Matos 07 de Março de 2008 às 13:59

Mrs Ferreira

A mrs Ferreira não me conhece nem eu a ela. Foi-me apontada por uma amiga inteligente e culta que tem os filhos no liceu, onde graças a Deus ainda está a Mrs Ferreira, sólida professora (1) de inglês que, no final do ano, deixa os alunos a saber (os que q

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Dizia-me esta valiosa amiga, tendo lido o meu amargo artigo da semana passada, que a mrs Ferreira continuava no seu posto e não precisava de Prozacs para nada, porque não sabia seguramente o que era frustração, só cumprimento do dever, competência e dedicação?com o apoio e agradecimento da ansiosa paizada, para não falar dos já reconhecidos alunos.

Seguramente não sabia o que era faltar às aulas, baixas ou greves de protesto contra o abate de árvores na Amazónia, mas estava lá sempre, para dúvidas, reuniões com pais, aulas de apoio ou momentos de incentivo.

Na droga do sistema que temos, de horários zero, impugnações às aulas de substituição(2), faltas on the roll com passagens a martelo, coacção aos professores , e toda a gente do “ensino” preocupada com as carreiras e reformas, seguros que o processo correria sobre rodas se não houvesse alunos,( essa manifesta excrecência), as mrs Fereira remam contra a maré, e vão permitir que Portugal, dentro de 10 anos, possa competir com a Moldávia e não com o Uganda. E se houvera muitas mais, apesar dos ministros, ministérios , programas modernex e pedagogos ultralux , poderiamos partir da premissa que ,no estrangeiro, os portugueses são de primeira, e que não é cá que vai tornar-se “fraca a forte gente” – como dizia o meu colega de letras, Luís Vaz.

Estes anos todos mais tarde, lembro-me , com agradecimento e ternura, da legião de gente, (provavelmente já toda falecida porque eu próprio já estou cheio de bichos), que, nas escolas por onde passei , me meteram fluidamente na tola português, matemática, Lavoisier, guerra do Peloponeso, rosa/rosae ou verdade Kantiana, com osmose de rigor , qualidade e honradez - o lídimo do que um pedagogo pode passar à geração que se segue. Isto no ensino oficial português, e não numa public school para elites.

Mas esperemos que a Mrs Ferreira seja mais uma dum exército íntegro e missionário que pode deixar portugueses preparados para o futuro, não apenas números de estatísticas merdosas sobre “lixo in, lixo out”.

E não apenas mais um panda, um espécimen em vias de extinção.

Apostila: - Na semana passada, apareceram dois personagens a oporem-se `a Ministra da Educação, que me puseram na linha de pensar que, se elas são contra, então eu sou a favor. E as personagens são:

- Ana Benevente, secretária de Estado da Educação no tempo da (fatal) paixão de Guterrres, e que está para o ensino como Darth Vader para a democracia galáctica;

- Uma loira militante do PSD, em destaque no programa “prós e contras”, cujo nome a minha selectiva memória olvidou, que se auto classificava de “frontal”. Fernando Madrinha do, Expresso, achou-a, antes, “mal educada”. Eu acho que Madrinha é um excelente jornalista, mas muito inibido.

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