Opinião
L’Est? Mais jamais...
Da última vez que falei com Frederic Saint-Jours, CEO da Peugeot, perguntei-lhe quando é que a empresa iria deslocalizar a produção para o Leste europeu. Saint-Jours sorriu e explicou que estava fora de causa.
"Mas se a concorrência vai...", insisti. Que nada, contestou Saint-Jours: o grupo (Peugeot-Citroën) é rentável, apesar de produzir em França, Espanha, Portugal?
Confesso que nem eu nem o jornalista inglês, ao meu lado, o levámos muito a sério.
A convicão aumentou com a quebra de rentabilidade do grupo em 2006, que está a obrigar a PSA a repensar a estratégia. É cedo para tirar conclusões, mas a demissão do director-geral da fábrica de Vigo (450 mil veículos anuais), pode estar relacionada com estes "second thoughts" sobre o Leste. Reforçados pelo facto de a parceria com a Toyota, em Kolín, estar a correr bem e pela mudança de CEO (Streiff foi afastado da Airbus, onde queria fazer mudanças a sério?).
As mexidas em Vigo podem fazer ruir a linha de montagem do grupo, em Mangualde.
Aliás, a unidade já de si não está segura, alegadamente por não haver espaço para a expandir. Desculpa da casa-mãe para justificar uma eventual saída? God knows. Mas pelo sim pelo não, é melhor a câmara local garantir à PSA que, se não houver acordo com os proprietários para a cedência do espaço, vai expropriar os terrenos?