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15 de Outubro de 2007 às 13:59

Há comida para além do défice?

Os melhores “chefs” poderiam ser excelentes ministros das Finanças. Isto é: sabem fazer um deliciosa refeição, juntando ingredientes de alta qualidade em quantidades perfeitas. Isto, claro, se houver dinheiro suficiente para fazer esse casamento perfeito.

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Se numa refeição o último sabor que nos fica é o do café, na vida financeira e política são as últimas benesses que ficam na memória do eleitor. Sócrates sabe isso. E, com uma máquina fiscal que lhe permite as receitas que irá poder distribuir, no ano que vem, pelo grosso dos eleitores fulcrais (a função pública), pode sobreviver à crise. E às obras de regime que ficarão como os seus elefantes brancos para as próximas gerações, a começar pelo TGV, esse bicho devorador de dinheiro que servirá, quanto muito, para que se poupe 30 minutos numa ligação entre Lisboa e Porto. E que países mais ricos, do norte da Europa, e com distâncias que justificam criar infra-estruturas desta dimensão, dispensaram de fazer. Há muitos anos que Portugal vive ao ritmo duma taquicardia: aos saltos. Não por causa da economia, mas das eleições. É normal: os Governos gostam de mostrar as boas notícias e de esconder as más. E gostam de demonstrar que há vida para além do défice. Mas qual é vida que Sócrates quer dar aos portugueses após o défice? Um almoço honrado ou uma refeição com produtos de segunda qualidade e apresentação de superior qualidade? Até à próxima crise financeira.
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