Opinião
Feliz Ano Novo
Guerra no Iraque, terrorismo, os talibans do Afeganistão, aquecimento global, gripe das aves, alta do petróleo são alguns dos sustos que a disseminação da informação na Aldeia Global nos prega a cada instante.
Guerra no Iraque, terrorismo, os talibans do Afeganistão, aquecimento global, gripe das aves, alta do petróleo são alguns dos sustos que a disseminação da informação na Aldeia Global nos prega a cada instante.
Há dias tivemos um estudo sobre aquecimento global que diz que a população da Europa, grandemente reduzida, se mudará para a Europa do Norte. Naturalmente, fiquei preocupado com a potencial desvalorização das nossas propriedades para os meus netos.
No meio de tantos e paralisantes temores, no presente imediato, e devido por um lado à exclusão de partes e por outro aos esforços dos governantes e dos empresários, Portugal está na moda.
A ausência de terrorismo e de conflitos étnicos, pouca criminalidade, e estabilidade política e económica apresentam um quadro positivo do país, em que pese uma febre recorrente de pessimismo autóctone.
Os beneficiários directos e imediatos desta preferência serão o sector turístico e imobiliário, actividades que são motores da economia em países desenvolvidos e prósperos como a Espanha, a França, o Reino Unido e os Estados Unidos da América.
Em Portugal, devido a grandes lacunas nos sectores tecnológicos e de serviços, estes também poderão receber investimentos resultantes do interesse que o turismo despertou em relação ao país.
A notoriedade internacional de algumas personalidades na área cultural, como
o Prémio Nobel José Saramago, a pintora Paula Rego, a pianista Maria João Pires, o cineasta Manuel de Oliveira, que são figuras de culto, atraem o interesse sobre o país, de uma elite internacional afluente.
Por outro lado, a notoriedade do nome de Portugal, gerada na área desportiva por figuras como José Mourinho, Luís Figo, Cristiano Ronaldo, bem como por eventos como o Europeu de Futebol, o World Cup em golfe, o Masters de ténis, que são todos vistos por centenas de milhões de pessoas na televisão mundial, tem um impacto positivo no consciente de um público consumidor que, de outra maneira, não se interessaria por um país da nossa dimensão.
A presença da Durão Barroso na Presidência da União Europeia é outro factor que diariamente lembra o país ao segmento mais influente dos opinion makers.
Uma das dificuldades mais notórias da nossa estrutura económica e social é a incapacidade ou relutância em promover e vender. E é perfeitamente possível que, apesar desta conjuntura propícia, acabemos por não saber, ou não querer, aproveitar
o momento, que dificilmente se repetirá.
A presidência Portuguesa da União Europeia, no segundo semestre do próximo ano, é a oportunidade para que os mais diversos sectores se coordenem para dar sequência aos esforços para a atracção de investidores, sejam indivíduos na compra de propriedades, sejam empresas para novos investimentos.
Se soubermos mobilizar e concentrar os nossos esforços para posicionar Portugal como um destino atraente num universo altamente competitivo, Portugal poderá ter em 2007 um FELIZ ANO NOVO.