Opinião
Imobiliário turístico, artigo de exportação
Uma propriedade imobiliária vendida a um estrangeiro corresponde a milhares de sapatos ou t-shirts exportados.
Uma propriedade imobiliária vendida a um estrangeiro corresponde a milhares de sapatos ou t-shirts exportados.
Os empreendimentos geram não só empregos na construção civil como criam empregos permanentes nos serviços prestados ao novo residente, que são transversais a toda a economia.
Infelizmente uma parte substancial dos lucros na venda de manufacturas exportadas fica nos cofres dos importadores e distribuidores estrangeiros.
No entanto, não considero essas actividades incompatíveis, ou sequer concorrenciais, tal como não o são as novas tecnologias, as energias alternativas ou o azeite e o vinho.
Acontece que, enquanto a exportação de manufacturados beneficia do "know-how" e da rede de distribuição dos importadores, o promotor do imobiliário turístico não tem nem o conhecimento nem a dimensão para intervir nos grandes mercados internacionais, ficando à espera de que o comprador apareça.
O caso da Espanha, que detém nada menos que 81% do mercado europeu de segundas residências (enquanto Portugal tem 8%) é produto de que o país é visitado por 50 milhões de turistas todos os anos, o que proporciona um imenso contingente de potenciais clientes que os promotores espanhóis souberam transformar em 2 milhões de proprietários estrangeiros, cujos investimentos alavancaram a economia espanhola. A consequência negativa foi de que o sucesso convenceu esses promotores e os seus banqueiros de que o mercado era ilimitado, o que provocou os excessos que são conhecidos.
A necessidade é a mãe do engenho e no último fim-de-semana foi encontrada no Rio de Janeiro a fórmula pela qual pode Portugal reanimar a sua economia, desenvolvendo novos mercados para o imobiliário, beneficiando desta forma a balança de pagamentos e aliviando o fardo das imparidades nos nossos bancos.
O grande sucesso do MIP, 1.ª Mostra Imobiliário de Portugal, realizado nos salões do magnífico Consulado de Portugal no Rio de Janeiro, confirma que podemos mobilizar novos clientes, e também reanimar os mercados tradicionais, através da união de esforços entre empresários reputados e credíveis, com o apoio das instituições financeiras, a colaboração das autoridades públicas e com promotores de venda locais com conhecimento e prestígio no mercado.
O criador do MIP Arnaldo Grossman, da Consultan, tem vasta experiência dos mercados tanto do Rio de Janeiro como de Lisboa.
O seu parceiro no Brasil Marcos Levy, é um dos nomes mais respeitados do sector, tendo sido Presidente da Brascan Imobiliária, uma das principais empresas do sector.
O Cônsul-Geral de Portugal Nuno de Mello Bello, apoiou o evento e disponibilizou o espaço de prestígio, a Caixa Geral de Depósitos prestou o apoio institucional, e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa António Costa, compareceu à inauguração colocando selo oficial na iniciativa.
O resultado foi que muitas reservas de unidades foram recebidas, viagens de visitas com data marcada e possíveis parcerias entabuladas.
O evento teve uma excelente exposição mediática, com destaque para uma longa peça no Jornal da TV Globo o que, obviamente, tem grande valor.
Muitos visitantes foram atraídos pelas informações do "Visto Dourado" e de um eventual pacote de vantagens fiscais atractivas, factores que são imprescindíveis num mercado internacional altamente concorrencial.
O custo para cada uma das empresas participantes corresponde a menos do que a comissão a ser paga sobre a venda de uma única propriedade.
Exemplo a repetir e a ser também adoptado pelo sector do turismo, dirigindo a promoção a clientes de qualidade que são o nosso mercado natural.
Empresário
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