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Devemos investir na nossa saúde?

Atualmente os prestadores de cuidados de saúde e respetivos profissionais estão sob um tremenda pressão: pacientes cada vez mais exigentes e informados, a propensão da doença crónica, recursos escassos e bactérias mais resistentes.

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Atualmente os prestadores de cuidados de saúde e respetivos profissionais estão sob um tremenda pressão: pacientes cada vez mais exigentes e informados, a propensão da doença crónica, recursos escassos e bactérias mais resistentes. Adicionalmente, a informação registada digitalmente cresce diariamente, exigindo um enorme investimento de tempo a registar e a analisar dados. Para termos uma noção dos valores em causa, segundo um estudo recente intitulado Robotic Process Automation [1], são produzidos cerca de 2,5 quintiliões de bytes todos os dias.

 

Dado este contexto, os desafios nos cuidados de saúde exigem uma nova abordagem. E é aqui que o investimento em inovação tecnológica pode dar o seu valioso contributo.

 

Por exemplo, através da Ciência dos Dados e da Inteligência Artificial, é hoje possível obter um conhecimento sobre a realidade passada, presente e futura. Os dados e soluções disponíveis permitem hoje capacitar os profissionais de saúde na previsão de eventos ou na descoberta de padrões e anomalias, tudo em tempo útil. O profissional pode assim gerir melhor as suas prioridades e o tempo que dedica a cada paciente, além de otimizar os tratamentos e recursos disponíveis. A título de exemplo, existem modelos que conseguem identificar o risco de complicações clínicas, permitindo ao profissional agir preventivamente, antecipando a degradação clínica de um paciente.

Com o Inteligência Artificial aliada ao RPA - Robotic Process Automation - (robôs por software que permitem automatizar tarefas), conseguimos também outros níveis de Automação, acelerando os processos e reduzindo a ocorrência de erros, como por exemplo na introdução de dados, que em muitos casos são processados manualmente. Os benefícios são imensos, desde os ganhos de tempo por parte dos profissionais para tarefas de maior valor, como na redução de custos por via da eficiência.

Outro exemplo de aplicação prática deste tipo de soluções é colocar sistemas distintos a falar entre si. Por exemplo, no caso dos cuidados de saúde é normal existirem 50 sistemas diferentes em produção numa só instituição. A automação permite neste caso ultrapassar as dificuldades usuais geradas pela  integração clássica.

Por fim, a "Internet de Tudo", através de sensores e monitorização remota, permite também a criação de novos dispositivos que fomentam uma abordagem preventiva que pode salvar vidas, criar tratamentos mais focados e aproximar os pacientes e profissionais.

Neste enquadramento, há quem ainda discuta que a tecnologia é dispendiosa, No entanto será mais dispendioso no curto e médio prazo adiar o investimento em inovação e manter uma gestão reativa à volta dos problemas. A inovação não pode ser encarada como um custo, tem que ser entendida como um investimento fundamental para prestar melhores cuidados de saúde, melhorar a experiência de todas as partes envolvidas e, acima de tudo, salvar mais vidas.

[1] Robotic Process Automation, Special Edition, Capgemini, 2018



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