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Constâncio entre a espada e a parede

Vitor Constâncio deve estar a maldizer os tempos de “concubinato” com o Governo, a avaliar pela sua intervenção de sexta-feira em que alertou o executivo para não recorrer ao investimento público e à redução de impostos para estimular a economia.

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Constâncio já tinha percebido que a ansiedade em São Bento estava a crescer. Daí a baixa do IVA. Só que as coisas agravaram-se há duas semanas, quando o Governo recebeu as primeiras informações do abrandamento da economia.

Sócrates, que contava chegar a esta altura com a economia a disparar, começa a ver a vida a andar para trás. Não só pode chegar às eleições com o PIB em desaceleração profunda (com tendência para piorar em 2009), como pode ter de enfrentar uma senhora que, apesar do ar austero, tem fama de séria. Daí a tentação de utilizar os estabilizadores automáticos para contrariar a desaceleração provocada pela procura externa. O problema é que a única coisa que um défice orçamental de 2,6% tem para oferecer ao Governo é? “desestabilizadores automáticos”.

É este cenário que tira o sono a Constâncio. Por um lado sabe que o Governo já começou a fazer disparates (v.g. a baixa do IVA que o banco central criticou tardiamente e com muita suavidade); isso aconselha-o a intervir. Por outro lado sabe que, como se “encostou” demasiado ao Governo, o país pode perguntar: “Porque deu tanta confiança?”.

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