Já não são novidade... e o primeiro fora inventado há mais de um século. Guiado pelos seus princípios de sustentabilidade e eficiência energética, o veículo elétrico ressurge num contexto de medida de proteção ambiental, desenvolvimento económico e um novo conceito de mobilidade. Alimentados a eletricidade proveniente de uma bateria, disponibilizam um elevado binário a baixas rotações, mantendo uma potência constante num grande intervalo. No entanto há ainda alguns entraves para a sua massificação. Apesar do limite da oferta e restrição a apenas alguns mercados, o problema de autonomia do EV tem sido uma das causas apontadas para o seu segundo plano, embora sejam discutíveis razões de ordem político-económicas para o apoio à implementação nos mercados.

A autonomia do automóvel elétrico depende de dois factores: peso, para garantir segurança de transportação e preço das baterias, dado que quantas mais tiver, maior será a sua autonomia. Desta forma é necessário saber qual a autonomia essencial para uma performance cómoda e eficaz, que atualmente ronda em média os 50km. Num prazo de 2 a 3 anos, prevê-se a entrada no mercado com uma durabilidade acima dos 150km, assim como soluções rápidas de carregamento. O seu desenvolvimento tem sido uma aposta constante em várias componentes, daí que o seu aperfeiçoamento tenha atrasado o processo de integração/massificação no mercado. É importante mencionar que o ciclo de vida deste produto é superior ao do veículo a combustão e naturalmente, como qualquer tecnologia avançada, terá um custo de aquisição superior ao dos atuais.

De qualquer forma: reduzidos custos de operação por km, baixa manutenção, à parte das diferenças a nível de motorização e o facto de não emitir poluição direta, preservando o meio ambiente, são causas que indubitavelmente requereriam apoio politico-organizacional, projetando o futuro para novas opções de mobilidade. O veículo elétrico tem uma lógica de abastecimento energético que promove a autossuficiência, acompanhando uma visão evolutiva dos próprios sistemas políticos, sociais e económicos. É o retrato de uma realidade que prevê a formação de pequenos oligopólios, concentrados em pequenas comunidades independentes e fechadas, à semelhança dos sistemas feudais consolidados no séc. IX. Cada vez mais as inovações tecnológicas acompanham a tendência da sociedade para essa mesma independência e comodismo ao nível de mobilidade e hábitos de consumo em geral. Considerando o presente panorama global, é inegável o facto de que o investimento social caminhe progressivamente no sentido de uma palavra de ordem: Sustentabilidade.



Diretor de Marketing, MBM mobile