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Até Catarina Eufémia se converteria

Há 180 mil alentejanos, de uma população de 530 mil, que vivem com 10 euros por dia. A região perdeu, nos últimos 50 anos, um terço da população (300 mil pessoas).

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Estes números dão que pensar. Porque confirmam que há muita pobreza envergonhada; porque mostram que a Revolução ofereceu ao Alentejo apenas um dos "D" (Democracia), da promessa feita em Abril de 74 (se assim não fosse, a sangria teria continuado?).

Constatado o problema, é preciso buscar soluções.

Uma delas é confiar apenas no assistencialismo. Leia-se subsídios. Seria um erro: basta olhar para o Mezzogiorno, destinatário de biliões de euros de ajudas mas sempre na cauda do rendimento "per capita" italiano, para perceber porquê.

A outra, mais difícil, é repensar o modelo em que assenta a economia da região. Isto implica rupturas difíceis com um passado de apostas em modelos errados (como as cerealíferas) e vergado à ideologia do PC.

Mas, bem vistas as coisas, o Alentejo não tem alternativa: ou mete a cabeça na areia, acen-tuando a "periferite"... ou faz um "reboot" de mentalidades. E nem se pode dizer que é uma aposta no escuro. Basta ver as "bolsas" de desenvolvimento que alguns projectos (não apenas no Turismo) estão a criar na região, para acreditar que até Catarina Eufémia se converteria.

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