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As empresas têm de ser academias de formação

Carlos Branco, CEO da Empresa Têxtil Nortenha, desfiou ontem neste jornal um rol de críticas ao mercado de trabalho português.

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Vejamos algumas: "não tenho 'staff' suficiente para acompanhar as exigências, não há gente"; "as pessoas (Vale do Ave) não querem trabalhar, vivem do subsídio de desemprego"; "para crescer precisamos de aumentar a qualidade e produtividade, que não conseguimos porque não temos capacidade"; "o dinheiro da formação sai para empresas sem formadores qualificados"; "devíamos mandar vir técnicos de fora. Na tinturaria, italianos; na confecção, escandinavos; na modelagem, franceses (para subir na cadeia de valor)".

É difícil entender este "derrotismo" numa empresa que exporta 92% da produção. Dou de barato os efeitos perniciosos do subsídio de desemprego, muito próximo do salário mínimo. Mas se o salário se distanciar do valor do subsídio, se estiver associado a objectivos e se a empresa tiver um projecto cativante, continuará a não ter candidatos?

A formação é um problema? Então por que não se forma internamente? As empresas têm de ser academias que ministram formação especializada, que não é dada pelos formadores externos, escolas técnicas e universidades (o que diz bem do estado da educação). E isso faz-se assumindo que a formação é um elemento fundamental do modelo de negócio. Porque é ela que faz a diferença entre a competição pelo preço (da qual o sector têxtil está, correctamente, a fugir) e pela qualidade. É por não entenderem coisas como esta que milhares de empresas dos sectores tradicionais da economia estão a fechar as portas.


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