Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Opinião
Fernando Sobral - Jornalista fsobral@negocios.pt 10 de Setembro de 2009 às 12:12

Aritmética eleitoral

Pitágoras dizia que a aritmética é a mãe de todas as ciências matemáticas. Sabendo-se que os portugueses, de todas as idades, nutrem um genuíno pavor a toda a matemática, não admira que a aritmética eleitoral seja o fantasma de todos os partidos. Neste...

  • 5
  • ...
Pitágoras dizia que a aritmética é a mãe de todas as ciências matemáticas. Sabendo-se que os portugueses, de todas as idades, nutrem um genuíno pavor a toda a matemática, não admira que a aritmética eleitoral seja o fantasma de todos os partidos. Neste momento, os partidos que pensam no poder (e são três: PS, PSD e PP) estão a fazer cursos profissionais de tabuada aplicada. Porque já ninguém está a pensar na campanha: PS, PSD e PP estão com os olhos postos no "day after". Estas eleições parecem uma versão nacional do Cubo de Rubik. O quebra-cabeças, tridimensional, não o esqueçamos, busca uma resposta: como conseguir um governo estável neste ambiente tempestuoso em que ninguém, por si, terá maioria. O centrismo não ideológico do PS ou o centrismo que finge ser ideológico do PSD são as duas opções que conquistarão a maioria dos portugueses. Os debates televisivos não estão a ser elucidativos para ninguém (talvez o único que, até agora, separou as águas foi o entre Sócrates e Louçã). Mas esse é o deserto prometido. Os políticos portugueses consideram que um discurso bem pensado e estruturado não terá a cobertura mediática que mereça o esforço de quem o escreveu. Por isso acreditam que o seu tempo é mais útil se for gasto na televisão. Estão lá para a pose, mas o seu pensamento está focado nos números das sondagens e nas contas que serão feitas para se garantir uma maioria. São somas simples, que não precisam de muitas divagações teóricas. Afinal, a aritmética continua a ser a mãe de todas as eleições.
Ver comentários
Mais artigos do Autor
Ver mais
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio