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A Terra do nunca

A ilha fictícia de Peter Pan, a Terra do Nunca, costuma ser a metáfora da infantilidade eterna. Não foi por acaso que Michael Jackson, no auge do seu sucesso, chamou ao seu rancho Neverland.

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A ilha fictícia de Peter Pan, a Terra do Nunca, costuma ser a metáfora da infantilidade eterna. Não foi por acaso que Michael Jackson, no auge do seu sucesso, chamou ao seu rancho Neverland.

Portugal, modestamente, há muito que se poderia ter candidatado a fazer parte do património mundial das Terras do Nunca. Os próximos meses de campanha eleitoral vão provar a dificuldade de crescimento do País e a infantilidade reinante na classe política. A discussão sobre a política económica e sobre as grandes obras públicas é um excelente aperitivo para o arraial.

Em Portugal a linguagem da estabilidade, da prudência e das regras fiscais é constante. Mas a política económica do Governo, qualquer um, é o seu oposto: integra tudo o que possa garantir a vitória na próxima eleição. Por isso o chamado debate sobre as obras públicas é excitante e visionário: quem quer que estivesse no poder seria refém delas, para combater o desemprego e aumentar o consumo interno.

É com isso que, pragmaticamente, se ganham eleições neste sítio. E se atira a conta, em correio normal, para quem governar daqui a uns anos. É neste debate que o PSD escorrega na própria banana que tenta colocar debaixo dos pés do Governo. Ele serve, aliás, ao Governo e ao PS para mostrar que tem valores e ideologia.

E para ocultar o essencial: há muitos anos que não existe uma política económica. Temo-nos socorrido de remédios para gripes cíclicas do orçamento do Estado. Esta discussão mostra, apenas, como o País continua no Portugal dos pequeninos.
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