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08 de Setembro de 2006 às 13:59

A política do silêncio

O Governo está a cumprir eficazmente uma nobre função: a de anestesiar o país e a oposição. Ela faz-se nomeadamente através de ampliar as suas iniciativas e os seus sucessos e varrer para debaixo da cama os seus falhanços e as notícias que não lhe são con

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A oposição, nesse aspecto, tem sido mansa. Apenas em temas que o Governo é privilegiado, como a justiça ou a passagem de aviões da CIA por território nacional, há um acenar ao PSD. A política do silêncio tornou-se a ideologia oficial do regime. Nem mesmo a tribo do BE, que costuma fazer com que um apito soe como uma sirena, já não é capaz de fazer falar o Governo. Até há pouco tempo supunha-se que Sócrates tinha tornado PSD e CDS satélites artificiais do planeta PS. Agora, a eles, juntaram-se PCP e BE. Maquiavel, se regressasse à Terra, poderia escrever um livro sobre Sócrates como o novo príncipe do poder. A ida de Luís Amado ao Parlamento, como se estivesse ali por engano, simboliza a política silenciosa do executivo. E que adormece tudo à sua volta. O único problema é que isso não resolve o óbvio: como fazer com que o país aumente o seu músculo económico, motive o investimento e incentive o emprego qualificado. Mas é desta camisa de forças que também a oposição não se consegue libertar. Porque nesse campo Sócrates está a mostrar-se estrategicamente superior. A oposição é como a turista que vai no meio da rua e que pede a uma senhora para lhe ler a sina. A vidente é o Governo.
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